A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) procura pelo treinador de handebol, de 32 anos, suspeito de agredir e abusar sexualmente de atletas, adolescentes, em Pompéu, no Centro-Oeste de Minas. Ele está foragido desde quinta-feira (9/5) quando os policiais cumpriram mandado de prisão, busca e apreensão, conforme informado nesta segunda-feira (13/5) pela instituição.
De acordo com o delegado Rodolfo Saldanha, titular da Polícia Civil em Pompéu, Francisco Júnior Correa Mota exercia suas atividades na Associação Esportiva Gustavo Elias (AESGE). A entidade acolhe adolescentes com idade entre 15 e 17 anos e de outras cidades, com o objetivo de apoiá-los na prática esportiva.
“Após o indiciamento do suspeito em julho do ano passado, por prática de injúria racial durante um evento esportivo estudantil na cidade, outras vítimas se encorajaram a denunciar os abusos sofridos. Resultando na instauração de novo inquérito policial”, informou o delegado.
O inquérito foi instaurado após circular nas redes sociais vídeos do treinador agredindo os atletas. A filmagem foi feita pelos próprios adolescentes que se revoltaram e acionaram o Conselho Tutelar e a Polícia Militar. Em um dos vídeos, o treinador aparece reprimindo o aluno, supostamente por participar de uma festa de 15 anos. Já no outro, ele aparece dando um tapa no adolescente.
Até o momento, 14 adolescentes, todos do sexo masculino, já prestaram depoimento, relatando uma série de abusos que incluem maus-tratos, abuso sexual, agressões psicológicas, entre outros. As investigações estão em andamento para apurar os crimes denunciados e localizar o suspeito foragido.
Afastamento
A Federação Mineira de Handebol suspendeu o treinador temporariamente por 60 dias, na quarta-feira (8/5). Ao todo, a entidade recebeu 130 denúncias envolvendo o profissional. O presidente da Federação Luiz Fernando Andrade instaurou um Procedimento Disciplinar Administrativo para apurar os fatos.
Em nota, a Prefeitura de Pompéu informou que o treinador não coordena nenhum dos projetos esportivos no município e que repudia o caso de agressão.
O Conselho Tutelar fez contato com os familiares dos alunos e requisição de psicólogo para atendimento. O Conselho também pediu esclarecimentos ao Conselho Municipal de Direitos das Crianças e Adolescentes sobre a autorização de funcionamento da associação. Além disso, enviou denúncia ao Ministério Público para que acompanhe o caso.
O órgão articulou e orientou a Secretaria de Desenvolvimento Social sobre o retorno seguro dos adolescentes para as cidades de origem.
Defesa
A defesa do treinador disse, na semana passada que "qualquer interpretação e conclusão sumária de qualquer ocorrência policial que seja, pode revelar uma medida quanto prematura e precipitada".
"Francisco assim como seus defensores colocam à inteira disposição das autoridades oficiais para proporcionar uma regular elucidação dos fatos denunciados", concluiu a nota.
*Amanda Quintiliano especial para o EM