As vítimas do acidente entre um ônibus e o reboque de uma carreta no Bairro das Indústrias I, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte, estavam indo trabalhar em uma empresa do ramo de sondagens no Olhos d'Água, na Região Oeste da capital mineira, na manhã desta terça-feira (14/5).

 

Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais (DER-MG), o ônibus estava irregular e não possuía Autorização de Transporte Fretado (ATF). A reportagem tentou contato por telefone com a empresa Contagem Turismo, dona do veículo, mas ainda não obteve resposta.

 

 

A colisão no reboque carregado de sucata aconteceu por volta das 7h40, na Avenida Deputado Álvaro Antônio. Diversos trabalhadores da empresa ficaram machucados, muitos estavam com o nariz e cabeça sangrando. Uma passageira que não quis se identificar conta que estava dormindo quando houve o acidente. Ela disse que bateu a cabeça com força no banco da frente. O nariz começou a sangrar na hora, segundo ela. 

 

 


 

A equipe médica do Samu estava atendendo outros passageiros em estado mais grave. Um deles chegou a ser levado de maca, enquanto outro estava com a cabeça toda enfaixada. Havia 35 pessoas no veículo, e 12 vítimas foram levadas para os hospitais Santa Rita, Unimed e Biocor. Os demais passageiros, após terem liberação médica no local, foram direcionados ao Setor de Medicina do Trabalho da empresa, onde receberam cuidados médicos adicionais.

 

O Hospital Biocor afirmou que quatro passageiros chegaram ao hospital, com cortes e sangramentos no nariz. Todos já foram liberados. Já a Unimed informa que não pode divulgar o estado de saúde das vítimas. O Hospital Santa Rita não atendeu a reportagem. 

 

Bombeiros ajudando na retirada dos passageiros

Wellington Barbosa/EM/D.A.Press

 

Segundo o motorista, ele não viu o reboque estacionado por causa do sol e bateu. Elton Leonardo, de 41 anos, afirma que em 22 anos de profissão essa é a primeira vez que se envolveu numa batida. Ele também informou que faz a mesma rota todos os dias.

 

 

A Polícia Militar e a BHTrans estão no local e ajudam no controle do tráfego na região. Na área do acidente existe uma placa de término de proibido estacionar, portanto, o reboque não estava estacionado em local inadequado.

 

Vítimas eram atendidas na calçada

Wellington Barbosa/EM/D.A.Press

No entanto, para Wilma Cordeiro, moradora da região, que estava indo caminhar no momento do acidente, a placa deveria estar mais à frente. De acordo com a autônoma, já aconteceram diversos acidentes na região. Por esse motivo, ela não caminha ao lado da pista onde ocorreu o acidente.

 

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deslocou a perícia oficial ao local dos fatos para realização dos primeiros levantamentos.

 

Empresa presta solidariedade

 

A empresa Geosol, do ramo de sondagens, afirmou em nota que o ônibus, que transportava 35 colaboradores da empresa, estava em rota habitual, conforme contrato estabelecido com uma empresa terceirizada desde 2006.

 

Destroços da colisão

Edésio Ferreira/EM/D.A.Press

 

"Imediatamente após o acidente, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e uma avaliação primária foi realizada no local. Como resultado, 12 pessoas foram encaminhadas para os hospitais Santa Rita, Unimed e Biocor para avaliação e tratamento médico. Os demais passageiros, após receberem liberação médica no local, foram direcionados ao Setor de Medicina do Trabalho, onde estão recebendo cuidados médicos adicionais. É com alívio que informamos que a maioria dos envolvidos passa bem, e aqueles que foram encaminhados aos hospitais estão sendo atendidos e apresentam apenas pequenas escoriações decorrentes do impacto. Estamos em constante acompanhamento da situação e prestando todo o suporte necessário", disse em nota.

 

 

"Reiteramos nosso compromisso com a segurança e o bem-estar de nossos empregados e colaboradores e é por isso que estamos fornecendo acompanhamento integral no local e todo o suporte necessário para garantir a recuperação e o bem-estar dos afetados por este incidente. Expressamos nossos mais sinceros votos de melhoras, rápida recuperação e estamos focados em oferecer toda a assistência necessária neste momento. Estamos em constante comunicação com as famílias das vítimas e prontos para oferecer toda a assistência necessária neste momento delicado", completou.

 

'Acende um alerta'

 

O superintendente do Ministério do Trabalho em Minas Gerais, Carlos Calazans, afirmou que as documentações das empresas serão analisadas. Embora o acidente não tenha causado mortes, muitos trabalhadores foram envolvidos e, por isso, a instituição vai investigar possíveis irregularidades.

 

"Esse tipo de acidente acende um alerta. Para nós e para as empresas. Precisamos ficar de olho nas condições dos transportes que levam os trabalhadores. É importante que as empresas se atentem a isso pela segurança dos empregados, mas também porque, com um acidente como o de hoje, a empresa é afetada com a ausência dos trabalhadores", diz Calazans.

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