A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) lançou na manhã desta quarta-feira (15/05) a campanha “Eu sei me cuidar”, que faz parte do “Maio Laranja”, uma atuação preventiva contra o abuso e à exploração sexual infantojuvenil.

 

O lançamento ocorreu na Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), no Bairro Carlos Prates, Região Noroeste de Belo Horizonte, e contou com a presença das delegadas Thais Degani, Letícia Miller e Renata Ribeiro, chefe da Divisão Especializada em Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente.

 

“Quando a gente ensina para a criança onde o adulto pode ou não tocar e o que ela deve fazer se um adulto tentar fazer isso, a gente está atuando na prevenção, para que as crianças entendam que têm o domínio sobre o corpo delas e que adultos não podem tocar e nem violar o corpo delas”, afirmou Renata Ribeiro.

 

 

A campanha conta com duas frentes de combate à violência sexual: uma voltada para as crianças e adolescentes e outra para a população em geral. Além disso, serão realizadas palestras nas escolas, tanto públicas quanto particulares, colocação de cartazes em comércios e a produção de cartilhas a serem distribuídas na cidade.

 

“Eu sei me cuidar”

 

Para promover a conscientização das crianças e jovens, a PCMG produziu um vídeo, intitulado “Eu sei me cuidar”, no qual crianças são as próprias porta-vozes da mensagem. Com uma linguagem acessível, elas afirmam que há limites para o toque vindo de um adulto, e que toda ação que ultrapasse limites deve ser reportada para uma pessoa de confiança.

 


“É muito importante essa prevenção porque, quando a gente fala de violência sexual infantojuvenil, eles são, na grande maioria das vezes, praticado por quem convive com a criança e inspira confiança. Essa criança muitas vezes não sabe que aquela conduta é criminosa. Por mais que a gente fale de violência sexual, muitos desses atos não tem essa efetiva violência, de machucar, então a criança entende como carinho, mas se trata de uma violência sexual”, declarou Ribeiro.

 

Nas palestras realizadas em escolas e nos panfletos, é mostrado o “Semáforo do Toque”, que mostra para as crianças onde não há perigo de serem tocadas, em verde, onde devem ter atenção, em amarelo, e onde não é permitido receber toque de forma alguma, em vermelho. É ressaltado a importância de relatar qualquer tipo de toque inadequado para o professor e fazer a denúncia.

 

Delegada Letícia Müller explica o "Semáforo do Toque", que mostra para as crianças onde adultos podem ou não tocar em seus corpos

Jair Amaral/Em/D.A.Press

 

A delegada frisou que é imprescindível acreditar no relato de uma criança e levar a informação até a Polícia para que o caso seja investigado. ”Naquele momento a criança precisa ser ouvida, ela precisa ser acolhida, ela precisa de receber esse acolhimento e que a palavra dela seja valorizada, para ela poder se sentir segura. A gente explica para criança: se você contar para algum adulto e esse adulto eventualmente não acreditar em você, busque outro adulto da sua confiança”, explica.

 

“Não feche os olhos para o abuso”

 

Com o lema “Não feche os olhos para o abuso”, parte da campanha é voltada para a população em geral e visa incentivar a denúncia nos casos em que o adulto percebe que há uma situação de violência sexual contra um jovem e que essa pessoa tem o dever de denunciar a situação à polícia. “Quando um adulto denuncia uma violência que ele sabe que uma criança está sofrendo, ele está sendo, muitas vezes, a voz daquela criança e ele pode tirar ela daquela situação de violência e até mesmo salvar a vida dela”, afirma Ribeiro.



 

Também foi firmada uma parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL BH), para encaminhamento de jovens que passaram por uma situação de abuso para seu primeiro emprego. A medida é uma forma de proporcionar um futuro, como um meio de amenizar e superar a violência vivida.

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