Uma iniciativa, repleta de empatia e solidariedade, surgiu a partir de estudantes do Colégio Santo Agostinho, em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte, para arrecadar doações e enviar mensagens de afeto para as vítimas das enchentes por todo o Rio Grande do Sul.
Com mensagens de força e esperança, os alunos do 5° ano escreveram algumas mensagens que pudessem ser entregues junto das arrecadações. A ideia de fazer algo além das doações partiu do aluno Vitor de Oliveira. Ele compartilhou a proposta com os amigos, que a abraçaram imediatamente.
Segundo o estudante, era preciso algo para “aquecer os corações, mesmo que de longe”. Eles procuraram a supervisão pedagógica e a pastoralidade do colégio e organizaram a campanha “Palavras que Afetam”.
“Esse projeto surgiu pelo protagonismo dos estudantes, sensibilizados pela questão que afeta o estado no Sul do país”, afirmou Sabrina Silva, supervisora da educação em tempo integral do Colégio Santo Agostinho.
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Ao todo, foram recolhidas 60 cartas. A supervisora também confirmou que eles planejam enviá-las, através da pastoralidade da escola à uma arquidiocese do Rio Grande do Sul na próxima semana e pretendem que as cartas sejam expostas em alguma escola ou instituição que esteja abrigando ou sendo central de apoio para a população gaúcha.
“A gente estava conversando na aula sobre o que eles estão passando. Aí eu tive essa ideia e falei com alguns colegas da minha turma para me ajudarem nisso. Com o apoio dos professores, estamos escrevendo as cartinhas e chamando todas as turmas para fazerem junto”, disse Vitor de Oliveira.
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Os três alunos mais velhos, Isabela, Ana Luiza e Gustavo, estudantes do 2° ano do ensino médio, criaram, a partir de um projeto de uma disciplina, três pontos de coleta de doações na unidade do colégio na Grande BH.
“A situação vivida no Sul do país está sendo muito precária e o Brasil todo está prestando atenção. Então, a gente resolveu se mobilizar na nossa aula de liderança para fazer as campanhas de doação”, contou Isabela Erse.
Os adolescentes verificam, regularmente, o volume de doações arrecadadas e são responsáveis por contabilizar e organizá-las no final do dia, já o processo de separação e envio é feito pelo colégio. “Estamos arrecadando produtos de higiene pessoal e ração. Quando começamos o projeto, nós vimos que esses eram os dois que mais estavam tendo demanda e pouca oferta”, explicou a aluna Ana Luiza Pimenta.
As contribuições podem ser feitas por meio do Pix 33685686001041, em nome do Regional Sul 3, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
As enchentes
Em meio a um cenário de milhares de pessoas que tiveram casas arruinadas e suas memórias perdidas, a Defesa Civil divulgou nesta quinta-feira (23/05) que foram totalizados 163 mortes e 72 desaparecidos. Ainda segundo o órgão, foram 468 municípios afetados e 65.762 pessoas estão em abrigos.
O Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, ainda permanece fechado por tempo indeterminado e coberto por água, em razão da inundação do rio Guaíba, que atinge a pista e o terminal de passageiros.
A segunda maior enchente em Porto Alegre foi no ano de 1941, quando o Rio Guaíba subiu mais de 4,76 metros. Em 2024, o rio ultrapassou os 5 metros no mês de maio. O Guaíba recebe as águas de cinco rios: o Jacuí, o Caí, o Taquari, o Gravataí e o dos Sinos.