O Centro de Belo Horizonte anoiteceu mais colorido nesta quinta-feira (23/5). Foi o primeiro dia da terceira edição da “Festa da Luz”, patrocinada pela Cemig, que se estenderá até domingo (26/5) com instalações artísticas no Viaduto Santa Tereza e ruas ao redor. O tema deste ano, “Cidade Floresta”, convida quem visita o circuito para uma reflexão sobre o distanciamento entre a vida nos grandes centros urbanos e a natureza. Isso em um contexto de emergências climáticas.

 

São nove instalações ao todo, que iniciam na escadaria da Estação Central, seguem pela Rua Sapucaí, atravessam o Viaduto Santa Tereza e desembocam nas “torres gêmeas”, nome popular dos edifícios Sulacap e Sulamérica.

 

Na porta do metrô, o Edifício Itatiaia, localizado na Praça Rui Barbosa, é uma das maiores “telas” do circuito. Toda a fachada do prédio foi ocupada por imagens projetadas. Em determinado momento, uma mensagem alerta para o pouco cuidado que as florestas recebem nas cidades e relembra: são elas que nos protegem das águas das chuvas.

 

Outros edifícios ao redor também receberam projeção que se alternam de tempos em tempos. Em um dos ciclos, peixes nadam pelo centro da cidade.

 



 

“Sinto como se estivesse no fundo do mar”, conta a modelo Marley Collinn, de 26 anos, que acompanhou a projeção ao lado do marido, o técnico de enfermagem Radamés Lujan, de 33, junto às muretas da Rua Sapucaí. Perto dali, uma caixa de som ecoava sons de pássaros e uivos de animais, trazendo o espírito da natureza para o Bairro Floresta, na Região Leste de BH. O casal, que visitou as edições anteriores, conta ter se surpreendido com as artes deste ano. “Para mim está sendo a melhor”, afirma Marley.

 

O tema da edição deste ano, "Cidade Floresta", convida para uma reflexão sobre o distanciamento da natureza nos grandes centros urbanos

Marcos Vieira/EM/D.A Press

 

O palco principal

 

Quem debutou no circuito foi o publicitário Bruno Uchoa, de 39 anos, que conversou com a reportagem depois de tirar algumas selfies em cima do Viaduto Santa Tereza, o maior palco do circuito.

 

Há um ano morando em Belo Horizonte, ele, que se define como “mineirauara”, nasceu e morou a vida toda em Manaus (AM). Para Uchoa, as luzes parecem transmitir a experiência de estar imerso em uma arte no meio da cidade. “Tem muita instalação legal, muita criatividade e luz, obviamente. Estou achando muito bonito”, relata.

 

 

Também no Viaduto Santa Tereza, mas embaixo, uma instalação reúne balanços suspensos por cordas luminosas. Quem vê o espaço tomado por adultos gangorrando para lá e para cá não pensa que esta é uma brincadeira de criança.

 

Para a contadora Cristina Pinto, de 43 anos, esta é a melhor parte do circuito. “Achei bem divertido. O espírito infantil entra na gente”, conta.

 

A contadora Cristina Pinto brinca no balanço instalado embaixo do Viaduto Santa Tereza junto do marido, o guia turístico Helder Primo

Marcos Vieira/EM/D.A Press

 

Ela estava acompanhada do marido, o guia de turismo Helder Primo, de 55. Ele, inclusive, defende que a Festa da Luz tem potencial turístico enorme. “Nesta sexta (24/5) vou pra Inhotim com um grupo, que já perguntou se à noite vai ter as luzes”.

 

Para além das luzes

 

Além das instalações feitas com as luzes, o circuito contará com performances de artistas de diversas áreas, incluindo show musicais, DJs e uma programação de videomapping com VJs de todo o Brasil. A lista de artistas que estarão presentes inclui Ailton Krenak, Glicéria Tupinambá, Daiara Tukano, Don L, Pigmalião, Grace Passô, Amanda Lobos, Homem Gaiola, Hot e Oreia, Pirilampos do Planeta e Thiago Mazza, entre outros.

 

Saiba mais: Duo Pirilampos do Planeta é atração da Festa da Luz, que começa quinta

 

A programação da noite desta quinta-feira abrange o Bloco da Bicicletinha, que fez um cortejo partindo do Viaduto Santa Tereza até a Praça Raul Soares. Na frente, puxando a fila, muitas bicicletas foram decoradas com luzes que coloriram as luzes enquanto músicas nas caixas de som animavam o ambiente.

 

Um dos organizadores do cortejo, Túlio Valentim Castanheira, de 41 anos, explica que a proposta do coletivo responsável pelo Bloco da Bicicletinha casa com a reflexão da Festa da Luz, que, além da questão ambiental, invoca uma preocupação com a qualidade de vida e bem estar nas cidades.

 

Vários prédios ao redor receberam projeções

Marcos Vieira/EM/D.A Press

 

“Estamos sempre lutando pelo direito à cidade, para poder locomover e pedalar em paz, praticar o esporte sem ser atropelado, usar a bicicleta como meio de transporte”, explica.

 

Quem não pode ir à Festa da Luz nesta quinta tem até domingo (26/5) para visitar o espaço. A programação completa, totalmente gratuita, está disponível no Instagram do circuito (@festadaluz.art).

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