Animais de estimação de pequeno porte poderão visitar pacientes internados em hospitais de Belo Horizonte a partir deste sábado (25/5). A lei 596/23, sancionada nesta sexta-feira (24/5) pelo prefeito Fuad Noman (PSD) permite que pets visitem seus tutores para melhorar a saúde de ambos.

 

De acordo com a lei, os animais devem estar vacinados, vermifugados, higienizados, sem pulgas ou carrapatos e com laudo veterinário que ateste a boa condição de saúde. Também será necessário que eles estejam em recipiente ou caixa adequada, podendo ainda ser usada coleira, peitoral, guia e focinheira.

 

Ao lado do subsecretário de atenção à saúde, André Menezes, do vereador Wanderley Porto (PRD), que propôs a lei, e da idealizadora do projeto “Aulegria”, Nayana Costa, Fuad sancionou a lei. Em coletiva, o prefeito de BH citou os benefícios da visita tanto para os pacientes quanto para os animais. Ele contou, ainda, que já viveu uma situação em que viu a importância da relação com os humanos na recuperação dos animais.

 



 

“A gente não sabe o poder do amor e as centenas de benefícios. A dependência de um com o outro (animal e tutor) é verdadeira. É o caso de uma pessoa salvar um cachorro, ou seja, essa simbiose entre as pessoas e os animais tem que ser estudada e avaliada, porque a gente não sabe o poder do amor”, disse.

 

A idealizadora do projeto Aulegria ressaltou a emoção em ter a lei aprovada e contou um pouco de sua experiência participando do projeto, que busca levar carinho e alegria aos pacientes internados. Segundo Nayana, os pacientes não são os únicos beneficiados, mas os animais e os profissionais da saúde também são impactados positivamente com as visitas.

 

 

“Eu e Chanel (cadela terapeuta do projeto Aulegria da raça Golden Retriever) fazemos parte de um projeto 100% voluntário de cão terapia em hospitais mesmo antes desta lei ser aprovada. Viemos fazendo um trabalho junto da Chanel e de outros cães terapeutas, levando muito ‘aumor’ e ‘aulegria’ aos hospitais, irradiando não só os pacientes, mas também os colaboradores desses hospitais, que tem seu dia transformado pela simples presença de um cãozinho”, disse.

 

Nas redes sociais, o programa compartilha as reações dos pacientes recebendo a visita dos animais. Chanel é a estrela das mediações e faz a alegria dos pacientes e profissionais dos hospitais. Em vídeos e áudios compartilhados pelo projeto, pacientes, incluindo crianças, relatam a felicidade que sentiram ao receber a visita da cachorra.

 

 

Regras para visitação

A autorização para que o animal entre no hospital deverá ser concedida pela Comissão de Controle de Infecções Relacionadas à Saúde (CCIRAS) da unidade, a partir de uma solicitação do médico responsável pelo paciente.

 

 

As visitas deverão ser agendadas previamente pela administração do hospital, a quem caberá definir o tempo e local de permanência do animal, preservando a segurança e integridade dos demais pacientes.

 

Efeitos positivos

A coordenadora do Movimento Mineiro dos Direitos Animais (MMDA), Adriana Araújo, conta que a interação entre os donos e os animais vem de muitos anos, e os efeitos dessa interação são positivos. "Nós vemos com frequência casos em que a pessoa estava prostrada no leito do hospital e diante da visita de seu animal de estimação, teve reação e evolução no tratamento".

 

Adriana relembra os relatos que ouviu durante a pandemia. "Ouvi relatos de pessoas que não entraram em depressão por causa desta convivência, tamanho é o valor da relação entre as pessoas e os animais". No entanto, ela ressalta a importância de verificar as condições do animal. "É muito importante que esteja com toda a sua saúde, e que apresente um temperamento compatível com um ambiente hospitalar".

 

*Estagiárias sob supervisão do subeditor Gabriel Felice

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