Os corpos das três vítimas da chacina em uma festa de aniversário infantil, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foram velados e sepultados neste sábado (25/5), no Cemitério Bela Vista, em Santa Luzia, também na Grande BH, em atmosfera de revolta e com a presença de uma viatura da Polícia Militar (PM) garantindo a segurança. Heitor Felipe Moreira de Oliveira, de 9 anos, Laysa Emanuele, de 11 anos, e Felipe Moreira, de 26 anos, foram baleados por dois homens armados que invadiram a comemoração no Bairro Areias de Baixo, na noite da última quinta-feira (23/5).
A família das duas crianças fará protesto na MG-010, em Vespasiano. Populares também devem participar da manifestação.
"Isso é um crime que revoltou tanto a população e a família, que está destruída, quanto policiais. Eu perdi meu irmão, meu sobrinho, outra criança. Perdeu pai, perdeu filho. Foi uma destruição para gente, independentemente de qualquer coisa", disse a tia de Heitor, Tamyres Moreira, ao Estado de Minas.
O crime
A chacina aconteceu no fim da festa de aniversário de Heitor Felipe e sua irmã. Izaltina Luciana Moreira, mãe de Felipe e avó de Heitor, conta que dois homens aproveitaram que o portão do sítio estava aberto e entraram no local, já disparando as armas, “sem olhar em quem estavam atirando”.
De acordo com o boletim de ocorrência, o alvo do ataque era Felipe Moreira Lima, pai dos aniversariantes, que tinha envolvimento com o tráfico de drogas na região do Bairro Morro Alto, em Vespasiano.
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Felipe foi atingido por ao menos 12 disparos e morreu no local. Ainda conforme o registro, ele estava em disputa com traficantes do Bairro Bela Vista, em Santa Luzia, que queriam que a vítima passasse a comercializar os entorpecentes fornecidos por eles. O homem e a família já estavam recebendo ameaças de morte havia alguns meses.
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Além de Felipe, Heitor e Laysa, três pessoas foram baleadas e encaminhadas a uma unidade de saúde: uma adolescente, de 13, atingida na canela, uma jovem de 19, ferida nas nádegas, e uma mulher de 41, baleada nas costas e na cintura.
Durante o ataque, Izaldina e outras duas mulheres entraram em luta corporal com um dos atiradores, posteriormente identificado como um homem de 23 anos, para tentar impedir que mais vítimas fossem atingidas. A mulher narrou para a Polícia Militar (PM) que, durante o embate, o segundo homem começou a disparar contra elas.