Uma psicóloga publicou, nas redes sociais, que foi agredida por Hugo Leonardo Xavier Gomes, funcionário da prefeitura de Leopoldina, cidade localizada na Região da Zona da Mata mineira. Segundo ela, Sofia Junqueira, a agressão aconteceu no último dia 16 de maio. 


"Hoje, estava indo trabalhar e, quando olhei para frente, vi o Hugo Leonardo Xavier Gomes. Ele é funcionário da prefeitura de Leopoldina. Ele é casado com uma amiga minha, que era amiga até o final do ano passado. Ele já agrediu verbalmente e fisicamente essa minha amiga", começou o relato.


Sofia contou que ela tinha ajudado a amiga a se separar de Hugo. "No ano passado, decidiu se separar. E eu fui agente nesta separação, dando todo o suporte que ela precisava. Mas, neste ano, ela decidiu reatar. Desde que reatou, cortou o contato comigo e nossas amigas em comum. Fomos todas bloqueadas das redes sociais dela. Tudo bem, é um direito dela", contou.

 




Mas, quando encontrou Hugo pessoalmente, ele a agrediu. "Quando eu vi o Hugo, senti muito medo dele e decidi atravessar a rua. Bom, o Hugo também atravessou a rua, foi na minha direção, cuspiu em mim, me chamou de demônio, de diabo, de capeta, e alguns outros nomes similares e continuou andando", relatou Sofia.


Por causa da agressão, Sofia abriu um processo criminal contra Hugo. Em entrevista ao Estado de Minas, a psicóloga disse que está muito abalada e que amigos estão andando junto com ela, pelo temor de que outro ataque aconteça.

 


"Já tinha muito medo dele, mas não imaginava que teria coragem de fazer um ato de me agredir na rua. Tenho me sentido muito ansiosa, com crise de ansiedade. As pessoas não me deixam andar sozinha na rua. Não sabemos o grau de risco que estou correndo. Não tenho dormido. Tenho tido pesadelo. Estou emocionalmente mexida, com toda situação. Mas, isso, de me sentir insegura andando pela rua, é o mais forte pra mim", relatou.

 


Em nota, a prefeitura de Leopoldina lamentou o fato, mas informou que não irá exonerar Hugo de suas funções. "A prefeitura lamenta o ocorrido e não compactua com nenhum tipo de violência, agressão ou ameaça. Porém, o episódio com o servidor em questão, que é contratado via processo seletivo, ocorreu fora do ambiente de trabalho. Por fim, a prefeitura tomou conhecimento da existência de uma ação judicial para apurar os fatos, motivo pelo qual aguarda o desfecho desta ação para nortear uma decisão justa", informou.

 


Hugo trabalha como biólogo da prefeitura de Leopoldina. Segundo o Portal da Transparência, ele recebeu no último mês R$ 2.127,72 de salário líquido.


Para Sofia, a não exoneração de um homem acusado de agredi-la é frustrante. "Sei que a prefeitura não escolhe funcionário pensando nesta perspectiva, porque não sei se isso tinha sido tornado público em outro momento. Mas, é frustrante. Meus impostos, minha amiga, meus amigos, pagando salário de um funcionário público que cuspiu em mim", finalizou.


Defesa alega racismo por parte da psicóloga

 

Em nota encaminhada à reportagem, a defesa de Hugo negou a acusação de Sofia e afirmou que se trata de um caso de racismo. "Trata-se de uma acusação leviana e criminosa, motivada por racismo e aporofobia que a psicóloga que o acusa nutre pelo mesmo, conforme restará cabalmente comprovado no procedimento de apuração", escreveu a defesa.

 

Ainda de acordo com a defesa, Hugo tem provas de que não cometeu nenhum crime. "Hugo está de posse de documentos e imagens que evidenciam a inexistência de qualquer conduta ilícita de sua parte, bem como do depoimento da própria psicóloga que, ouvida em sede policial, mudou a versão dos fatos, confessando que Hugo não cuspiu, que não foi atingida", continuou.

 

Por fim, a defesa diz que vai tomar ações junto ao Conselho Regional de Psicologia. "hugo promoveu medida judicial de apresentação de queixa-crime, perante a vara criminal da comarca de leopoldina, onde responsabilizará criminalmente a psicóloga, bem como adotará medidas junto ao conselho de psicologia, e ainda ação indenizatória pelos danos materiais e morais suportados, tudo por conta da conduta nefasta, leviana e ilícita daquela profissional, que tem como meta apenas e tão somente prejudicar e provocar sua demissão", finalizou

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