O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) vai decidir nesta quinta-feira (30/5) se Marcelino Lima de Barros, suspeito de matar o funcionário de uma concessionária, continuará preso. O crime aconteceu na tarde de terça-feira (28/5), no Bairro Liberdade, na Região da Pampulha. Alexandre dos Santos Queirós, de 65 anos, trabalhava no momento em que foi surpreendido pelo atirador e alvejado, ao menos cinco vezes, na cabeça e costas. Ele foi sepultado nesta quarta-feira (29/5). 


Marcelino tentou fugir em seu carro, mas foi interceptado por uma guarnição do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam), na Avenida Pedro I, no Bairro Itapoã, na mesma região que a concessionária. O veículo usado para fuga e a arma do crime foram apreendidos. Além disso, segundo o boletim de ocorrência, a PMMG apreendeu uma faca de caça. 

 



 

A pistola usada teria sido comprada pelo suspeito em 2001, em um clube de tiro no Bairro Gutierrez, na Região Oeste da capital, por R$ 2 mil. O equipamento estava com o número de série raspado. Aos policiais, o proprietário afirmou que apagou a inscrição há cinco dias, já premeditando cometer o crime. Ele também foi autuado por porte ilegal de arma. De acordo com a assessoria de imprensa do Fórum Lafayette, a audiência de custódia vai acontecer durante o feriado, na Central de Flagrantes. 


O crime 


Imagens de câmeras de segurança flagraram o ataque. Nas gravações é possível ver o funcionário andando até seu guichê, logo depois do mostruário de veículo, na parte interna do imóvel. No canto do vídeo, o suspeito vestindo camisa preta aparece seguindo a vítima. 


Ao se aproximar, o homem saca uma arma de fogo e começa a disparar sem se preocupar com a loja cheia de clientes e funcionários. A vítima então cai no chão, mas o atirador continua descarregando o revólver. O crime foi presenciado por funcionários e clientes que estavam dentro do estabelecimento. Nas imagens, um homem que estava ao lado da vítima tenta se esconder atrás do seu guichê.


Informações preliminares indicam que o funcionário foi atingido por, ao menos, cinco disparos, sendo dois no rosto e três nas costas. O Serviço de Atendimento Móvel (SAMU) chegou a ser acionado, mas a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal Dr. André Roquette (IML), na capital. 


Motivação 


Um desacordo comercial que teria acontecido em 2022 teria motivado a morte de Alexandre. À Polícia Militar, o suspeito informou que em 2022 levou seu carro até a concessionária para resolver um problema de “bomba d’água”. Na ocasião, a vítima lhe passou um orçamento de R$ 3 mil para reparos. 


Uma semana depois da manutenção, outro problema teria aparecido no veículo, após uma tempestade. Ao procurar a vítima, o autor alega que foi tratado de maneira “grosseira e arrogante” e, por isso, resolveu procurar outro fornecedor de serviço, que lhe cobrou mais R$ 2.500. 


Leia: Vídeo: câmeras flagram momento que funcionário é baleado em concessionária

 

Apesar do desentendimento ter acontecido há, pelo menos, dois anos, o atirador afirmou que continuou revoltado com a situação. Ainda conforme seu depoimento, o homem decidiu se vingar do funcionário depois que ficou desempregado e por acreditar que a vítima teria estragado seu veículo de propósito. 


Por meio de nota, o Grupo Líder, proprietário da Concessionária Mila, onde os fatos ocorreram, afirmou que o suspeito nunca foi cliente da empresa. A empresa diz ainda que desconhece qualquer episódio que envolva acordo comercial que não tenha seguido os protocolos e as normas do grupo. 

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