Emanuelly Paiva trabalhava em um bar em São João del-Rei e morreu, aos 21 anos, nesta terça-feira (28/5), depois de ser atropelada no último domingo (26/5) -  (crédito: Redes sociais/Reprodução)

Emanuelly Paiva trabalhava em um bar em São João del-Rei e morreu, aos 21 anos, nesta terça-feira (28/5), depois de ser atropelada no último domingo (26/5)

crédito: Redes sociais/Reprodução

A funcionária de um bar em São João del-Rei, no Campo das Vertentes, em Minas Gerais, que morreu depois de ser atropelada na calçada em frente ao estabelecimento, teve sete órgãos doados — entre eles, coração, rins e córneas. O resultado dos exames que apontou para a possibilidade de doação saiu na noite de quinta-feira (30/5), conforme informado pela família à reportagem. O corpo de Emanuelly Paiva, de 21 anos, foi sepultado neste sábado (1º/6).

 

Uma câmera de monitoramento registrou o momento em que um motorista invadiu a calçada no fim da noite do último domingo (26/5) e atropelou clientes e funcionários do bar localizado na Avenida Tiradentes, no Centro da cidade. Além de Emanuelly, que morreu na terça-feira (28/5), ele atingiu quatro pessoas. Elas tiveram ferimentos leves.

 

 

 

O motorista fugiu sem prestar socorro. O carro dele foi localizado pela PM abandonado em área de mata na zona rural da cidade. Dois dias após o crime, no fim da tarde de terça-feira, o homem se apresentou na delegacia acompanhado de advogado, quando foi ouvido e liberado.

 

Família pede justiça

Diante do inconformismo e da revolta pela morte de Emanuelly, o irmão dela, Lucas Bessa, pediu por justiça e divulgou durante entrevista à TV Alterosa a última mensagem de áudio enviada por ela para o pai por meio do WhatsApp. “Oi, pai. Como você tá? Estou morrendo de saudade. Vou no seu serviço te ‘amolar’ um pouquinho na hora do meu almoço, tá? É claro que eu vou passar aí pra te ver, tá bom?”, disse a jovem. (Assista e ouça aqui).

 

No decorrer da entrevista, Bessa aproveitou o espaço para — em nome da família — pedir às autoridades rigor nas investigações em curso. “Coloquem-se no nosso lugar, como pais e irmãos, para assim entender um pouco de tudo o que a gente está passando. (...). Depois da confirmação da morte dela, esperamos que a polícia [civil] peça a prisão preventiva (do suspeito)”, disse.

 

Morte cerebral

No dia dos atropelamentos, Emanuelly foi socorrida desacordada e com graves lesões. Em seu perfil no Facebook, a mãe dela chegou a pedir orações em publicação feita na terça-feira no início da tarde, por volta de 12h30. Cerca de duas horas depois, ela voltou às redes sociais e comunicou a morte. A jovem morreu na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de São João del-Rei.

 

Ainda de acordo com a mãe, a filha havia evoluído na segunda-feira (27/5) para um quadro de isquemia cerebral — quando o sangue não chega em quantidade suficiente aos neurônios, deixando, portanto, de levar para as células do cérebro o oxigênio e a glicose necessários à vida celular.