Família pede exumação de corpo de criança que morreu na UPA de Divinópolis -  (crédito: Rede de Noticias)

Pais negam que Thallya Beatriz tenha tido uma crise convulsiva e que ela sentia apenas dor na perna

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A família de Thallya Beatriz, de 4 anos, pediu na justiça a exumação do corpo da menina para identificar a real causa da morte. A criança morreu no dia 26 de abril na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. Na época, a unidade chegou a registrar 300% de ocupação na ala pediátrica. A família, então, aguarda a decisão judicial.

 

O pedido, conforme o advogado Eduardo Augusto, foi baseado na ausência e na dúvida sobre a causa da morte. "A ação é ajuizada contra o Ibrapp (empresa que administra a UPA), o município e o Estado", explicou. Só após a decisão judicial e a apuração das causas é que ele definirá os próximos passos judiciais.

 

Thallya morreu em 26 de abril, dois dias após a família procurar atendimento pela primeira vez na UPA. A versão dos pais e do Instituto Brasileiro de Políticas Públicas (Ibrapp) são controversas.

 

 

No atestado de óbito foi informado que a menina sofreu uma convulsão, levando-a à morte. Contudo, a mãe nega que a filha tenha apresentado qualquer quadro convulsivo.

 

"Só eu e o pai dela sabemos o que estamos passando, porque minha filha não tinha problemas de saúde. Tenho o cartão de pré-natal dela. Ela fez exame de orelhinha, coração, ela fez exame de tudo. Ela morreu por causa dessa dor na perna, os olhinhos estavam inchados. Não sei por que não temos uma resposta até hoje", cobra Juliana da Silva Pinto.

 

Mais de um mês após o ocorrido, a família quer respostas mais ágeis. "Estou achando muito lento, estamos sofrendo muito com isso. Aí pedem prorrogação da sindicância e eles estão só ganhando tempo. A gente não vale nada. A morte da minha filha é como se tivesse morrido um cachorro para eles", desabafou o pai de Thallya, Paulo Satiro.

 

 

Ele clama por justiça. "Já estou ficando louco, clamo por justiça pela minha filha, mas como que faz? Todo domingo vou ao cemitério. Queremos esclarecer de que ela morreu. Se tiver culpado, a gente quer achar o culpado", afirmou.

 

Sindicância prorrogada

Prevista para ser concluída no início deste mês, a Prefeitura de Divinópolis anunciou a prorrogação por mais 15 dias da sindicância administrativa que apura a morte na UPA e possíveis erros médicos no atendimento.

 

A decisão de prorrogar a investigação ocorreu, conforme a prefeitura, devido à necessidade de compatibilizar os trabalhos da comissão com as agendas de atendimento dos médicos envolvidos.

 

 

A família não tem acesso a qualquer informação da sindicância. O relatório deverá ser concluído até o dia 17 deste mês.

 

Erro médico

Três dias após a morte de Thallya, a diretora técnica UPA de Divinópolis, Ludmila Pizzigatti, negou, durante uma coletiva de imprensa na prefeitura, que tenha ocorrido erro médico. Ela confirmou que a menina não foi atendida por uma pediatra, mas que todos os procedimentos padrões, incluindo exames de raio-x e hemograma, foram realizados.

 

Na ocasião, a vice-prefeita Janete Aparecida (Avante) afirmou que a declaração da médica se referia a uma "opinião" e que não representava o parecer da sindicância.