Neste mês, os termômetros da capital mineira devem ultrapassar a marca de 24.9 Cº, considerada a média climatológica de BH em junho -  (crédito: Túlio Santos/EM/D.A.Press. Brasil. Belo Horizonte - MG)

Neste mês, os termômetros da capital mineira devem ultrapassar a marca de 24.9 Cº, considerada a média climatológica de BH em junho

crédito: Túlio Santos/EM/D.A.Press. Brasil. Belo Horizonte - MG

Neste mês, os termômetros da capital mineira devem ultrapassar a marca de 24,9°C, considerada a média climatológica de BH em junho. Essa temperatura é calculada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) considerando o histórico de 1991 a 2020. 


De acordo com Claudemir Azevedo, meteorologista do Inmet, este mês começou com os termômetros abaixo da média, inclusive, a menor temperatura de 2024 registrada na capital mineira foi em junho. Porém, o frio durou pouco. Já no terceiro dia do mês, a temperatura subiu e essa deve ser a realidade para o restante do mês. A expectativa é que os dias juninos sejam de 2ºC a 3ºC mais quentes que a média histórica. 

 


A alta nas temperaturas para junho deste ano é decorrente do El Niño, conhecido pelas consequentes ondas de calor, baixa na umidade do ar e pancadas de chuvas, afirma Claudemir. O fenômeno, que está afetando as condições climáticas no país, teve início declarado em julho do ano passado.


As temperaturas mais altas neste mês também têm relação com a falta de chuva característica dessa época do ano. De acordo com o Inmet, a capital mineira não registra precipitação desde 19 de abril deste ano. 


Temperaturas acima da média

Essa consequência do El Niño também foi notada nos outros meses de 2024. De acordo com o Inmet, de janeiro a maio, foram registradas temperaturas acima das respectivas médias máximas e mínimas. Ou seja, além de fazer mais calor que o de costume, os termômetros não atingiram temperaturas baixas como nos anos anteriores. 


Mês Média máxima registrada em 2024 Média climatológica máxima (1991-2020)
Janeiro  29,6ºC 28,5ºC
Fevereiro 29,4ºC 29,1ºC
Março 28,4ºC 26,5ºC
Abril 29,1ºC  27,6ºC
Maio 28,8ºC  25,7ºC

 

Uma das consequências das temperaturas mais altas apontada por especialistas é o aumento do índice de queimadas. Em maio de 2024, Minas Gerais registrou 3.063 casos de incêndios em vegetação. Em relação a abril deste ano, houve um aumento de 136%, de acordo com dados do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG). Quando comparado ao mesmo período no ano passado, os números mostram que as ocorrências dobraram: em maio do ano passado foram 1.595 registros de queimadas.


Inverno mais quente

Em julho, a temperatura deverá abaixar por conta do fenômeno La Niña. Mesmo assim, o inverno de 2024 poderá ter marcações nos termômetros um pouco mais elevadas do que nos anos anteriores, apontam os especialistas.


“De modo geral, as temperaturas em todo o estado ficarão um pouco acima da média climatológica em função do El Niño, que ainda atua no pacífico equatorial”, afirma o professor Wellington Lopes Assis, do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ainda sobre o tema, Assis completa: “a previsão é que até o final do primeiro semestre o El Niño dê lugar a La Niña, que trará outras condições meteorológicas”.


O La Niña consiste no resfriamento das camadas mais superficiais do oceano Pacífico Tropical, na região equatorial próxima ao Peru e Equador. O fenômeno está associado às mudanças em ventos, pressão atmosférica e precipitação.


La Ninã em BH, Minas e Sudeste

Pensando em BH e Minas Gerais, sob a influência da La Ninã, o meteorologista Glauco Freitas explica que não vai transformar tanto a região Sudeste: “A La Niña é caracterizada por temperaturas baixas e período seco, clima mais frio. No entanto, sua influência não afeta o Sudeste e, sim, mais o Sul, Nordeste e região Amazônica. Mas tudo isso é uma projeção”, avisa.


Glauco Freitas avisa que em BH e Minas o padrão, se a tendência padrão se configurar, são temperaturas mais baixas e clima seco: “No entanto, para analisar como a La Niña vai se comportar, a previsão só pode ser feita quando chegar a primavera, para ter uma definição. A princípio, em agosto já será possível analisar como a La Niña estará impactando na atmosfera e influenciando Minas e o Brasil”, ensina o meteorologista.


*Com informações de Correio Braziliense

*Estagiária sob supervisão do subeditor Humberto Santos