Os médicos da Santa Casa de Lagoa Santa acionaram os militares depois que a criança deu entrada no local -  (crédito: Reprodução / Google Street View)

Os médicos da Santa Casa de Lagoa Santa acionaram os militares depois que a criança deu entrada no local

crédito: Reprodução / Google Street View

O velório e enterro do menino de 7 anos que morreu com suspeita de desnutrição na última sexta-feira (7/6) em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, está marcado para a manhã desta terça-feira (11/6).

 

O corpo do menino foi liberado do Instituto Médico Legal (IML) na noite de ontem. A criança será velada a partir das 8h e enterrada às 11h no Cemitério Municipal Campo da Saudade, no bairro Vila Maria, em Lagoa Santa.

 

Relembre o caso

 

Na última sexta-feira, o menino deu entrada na Santa Casa de Lagoa Santa morto e com sinais de desnutrição. A equipe médica acionou a Polícia Militar. A mãe e o padrasto do menino foram conduzidos para a delegacia.

 

De acordo com o padrasto, o enteado estava doente havia seis dias, não se alimentava e vomitava “coisas verdes”. Os militares encontraram mantimentos na casa da família, onde também moravam outras três crianças, entre elas um bebê recém-nascido. Os três foram encaminhados para um abrigo pelas conselheiras tutelares.

O homem disse ainda que no momento em que o menino foi levado ao hospital ele estava trabalhando, mas que teve medo de levar a criança à unidade de saúde e ser preso.

 

Castigo e comida de cachorro

 

O padrasto confessou em depoimento que deixava o menino sem comida em algumas ocasiões. O castigo, segundo ele, era porque a criança comia demais e temia que faltasse alimento para as demais. A mãe, porém, não concordava com a situação e tentava alimentá-lo escondido do padrasto. Ele retrucava dizendo que a mulher estava deixando o filho “com muita ousadia”.

 

Em depoimento, ela contou que chegou a ver o filho comendo comida de cachorro escondido. Quando questionada o que fez ao presenciar o fato, não deu mais detalhes e se limitou a dizer que “não conseguia mais falar sobre o caso”.

 

Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que a mãe e o padrasto da criança “tiveram a prisão em flagrante ratificada pelo crime de maus-tratos com majorante por ter sido praticado contra menor de 14 anos e com resultado morte e permanecem à disposição da justiça.”

 

De acordo com a PC, o inquérito ainda está em andamento.