Sindicância não identifica erro médico em morte de influenciadora digital -  (crédito: Rede de Noticias)

Sindicância não identifica erro médico em morte de influenciadora digital

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A sindicância realizada pela Secretaria de Saúde de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, não identificou erro médico no atendimento à influenciadora digital Tatielle Scarlat, que morreu em abril deste ano após procurar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) por três vezes. A conclusão foi divulgada nesta terça-feira (11/6) pela prefeitura.

 

Após análise do histórico dos atendimentos à paciente, a "análise técnica indicou a não existência de relação causal entre as condutas médicas e o desfecho fatídico do caso". No entanto, a comissão recomendou o encaminhamento da ocorrência ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais para conhecimento e análise.

 

A recomendação da comissão foi acatada pela Secretaria Municipal de Saúde, que acionará o conselho.

 

"Diferente do que popularmente se pressupõe, é bastante complexo caracterizar inequivocamente o erro médico, uma vez que nem todo desfecho desfavorável de um caso configura-se necessariamente como erro médico", argumentou a sindicância.

 

Em nota, a prefeitura afirmou que "a medicina não é uma ciência exata" e que "nem toda conduta está fundamentada em padrões técnicos absolutos". "Análises feitas isoladamente por profissionais médicos podem trazer opiniões divergentes sobre a conduta ideal em determinada situação, pois estas podem conter critérios subjetivos que não necessariamente externam unanimidade ou a opinião majoritária".

 

Embora não tenha identificado erro médico, a prefeitura afirmou esperar que a "elucidação técnica e imparcial do ocorrido" tranquilize as partes envolvidas, assim como toda a população de Divinópolis.

 

A reportagem tentou contato com familiares, porém não obteve retorno até o fechamento desta matéria. Conforme informado pelo vereador Lauro Henrique (PSD), o Capitão América – que acompanha o caso – com a conclusão do relatório, a família acionará a justiça.

 

O caso 

Tatielle Scarlat esteve na UPA de Divinópolis pela primeira vez em 16 de abril. Conforme a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), a paciente se queixava de diarreia, vômito e dor generalizada. No dia, a equipe a orientou e a medicou, liberando-a para casa. No Instagram, onde a influenciadora contava com pouco mais de 70 mil seguidores, ela chegou a fazer um post dizendo que estava com dengue.

 

Depois de quatro dias, no sábado (20/4), às 8h50, a paciente retornou à unidade, com queixas de natureza respiratória, sendo realizados vários exames, dentre eles um raio-X. A equipe identificou, então, uma pneumonia. A paciente foi medicada, orientada e liberada com prescrição de antibióticos.

 

No mesmo dia, às 18h21, Tatielle Scarlat retornou, desta vez levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), com os mesmos sintomas intensificados. A equipe entubou a paciente e a transferiu para a Sala Vermelha do Hospital São João de Deus às 4h15 do domingo (21/4). Ela morreu na mesma data.

 

Outro caso

Ainda está em apuração as circunstâncias da morte de Thallya Beatriz, de 4 anos. Ela também esteve na UPA e foi liberada para a casa, antes de retornar e morrer na unidade. O caso aconteceu no dia 26 de abril. A sindicância foi prorrogada por 15 dias. A previsão é de que o relatório seja apresentado no dia 17 deste mês.