![Envolvimento de Guilherme nas investigações vieram à tona depois que ele foi preso em flagrante por descumprir uma medida protetiva contra uma adolescente de 16 anos - (crédito: Redes Sociais / Reprodução) Envolvimento de Guilherme nas investigações vieram à tona depois que ele foi preso em flagrante por descumprir uma medida protetiva contra uma adolescente de 16 anos - (crédito: Redes Sociais / Reprodução)](https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2024/06/11/1200x720/1_guilherme_augusto_reis_guimaraes_redesociais-37952680.jpeg)
Envolvimento de Guilherme nas investigações vieram à tona depois que ele foi preso em flagrante por descumprir uma medida protetiva contra uma adolescente de 16 anos
Guilherme Augusto Reis Guimarães, de 38 anos, preso em flagrante por descumprir medida protetiva contra uma adolescente de 16 anos, em Belo Horizonte, também é investigado por estelionato. A informação foi confirmada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) nesta terça-feira (11/6). O homem é alvo de um inquérito da corporação desde março de 2023.
As investigações começaram depois que duas pessoas procuraram a polícia para denunciar o empresário por não ter pago aportes financeiros. As vítimas, um homem de 35 anos e uma mulher de 41 anos, deixaram de receber seus rendimentos em agosto e dezembro de 2022, respectivamente.
De acordo com a PCMG, as investigações tramitam por meio do Departamento Estadual de Investigação de Fraudes, em Belo Horizonte. Ativo nas redes sociais e com mais de 107 mil seguidores, Guilherme frequentemente exibia armas e posava para fotos ao lado de figuras conhecidas, como o pastor Silas Malafaia. Em seu perfil, o investigado apresenta sua empresa de empréstimos para “limpar o nome” em órgãos de crédito como o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e Serasa.
O envolvimento de Guilherme nas investigações vieram à tona depois que ele foi preso em flagrante por descumprir uma medida protetiva contra uma adolescente de 16 anos que estava desaparecida na capital. Conforme boletim de ocorrência, o homem e a jovem mantinham um “relacionamento abusivo” desde que ela tinha 13 anos. A menina foi encontrada em um barraco no distrito Justinópolis, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, onde teria ficado desde o dia em que foi dada como desaparecida.
Desaparecimento
A menina teria saído de casa ao meio-dia da última quinta-feira (6/6) em um carro de transporte de passageiros e até o sábado (8/6), não havia voltado para casa. Ela foi encontrada em um barraco em Justinópolis. Segundo o documento, a adolescente e o homem teriam um relacionamento abusivo. Esse relacionamento já teria dado origem a outro Reds (Registro de Eventos de Defesa Social) narrando alguns atritos entre eles.
Os investigadores descobriram que também havia uma medida protetiva que impedia o empresário de se aproximar da adolescente, como parte de um processo em curso na Vara Especializada da Criança e Adolescente.
O advogado criminalista Négis Rodarte explica que, para além do descumprimento da decisão de afastamento, Guilherme pode ser investigado, denunciado e, posteriormente, condenado por estupro de vulnerável. O crime, previsto no artigo 217-A, veda a prática com menores de 14 anos, mesmo com o consentimento da criança e seus responsáveis.
“Hoje o entendimento dominado é o de que, mesmo havendo um suposto relacionamento sério, havendo conjunção carnal ou prática de qualquer ato libidinoso com menor de 14 anos, pode sim configurar crime de estupro de vulnerável. Isso porque é entendido que adolescentes e crianças menores que essa idade não têm autonomia e capacidade cognitiva de dizer 'não'. Além disso, elas têm uma maior condição de ser induzida ao erro e ludibriada e mais suscetíveis a idolatrar alguém”, afirma o especialista.
Na manhã desta segunda-feira (10/6), a juíza Juliana Miranda Pagano, da Central de Recepção de Flagrantes da capital, decidiu pela manutenção da detenção de Guilherme e a decretação da prisão preventiva.
Investigação
Desde a denúncia do desaparecimento, policiais civis também empenharam diligências para identificar o paradeiro de Guilherme, já que o empresário também não estava sendo localizado. Os agentes foram até o apartamento dele e descobriram, por meio do circuito interno de segurança, que o homem havia saído do prédio na quinta-feira (6/6), por volta das 22h, em uma motocicleta sem placa. O detalhe chamou a atenção dos agentes, que viram na atitude a possibilidade de o homem estar fugindo ou tentando não ser localizado por radares em ruas da cidade. Os policiais descobriram também que o veículo estava registrado no nome do empresário.
Pelas investigações, os agentes já acreditavam que o suspeito sabia do paradeiro da adolescente. Na tarde de sábado (8/6), quando ele chegou no seu apartamento, foi abordado pelos policiais. Em um primeiro momento, o empresário negou que estivesse com a jovem. Porém, acabou por confessar que ela estava em um barracão em Justinópolis.
O empresário contou ainda que tinha em seu apartamento munições calibre 9 mm. Alegou ser CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador), mas que, no momento, não tinha documentação necessária para comprovar a situação. Os policiais foram até o imóvel e recolheram dois carregadores e 35 munições. O aparelho celular do empresário também foi apreendido. Ele, então, conduziu os agentes até o imóvel onde a jovem estava.
A adolescente foi ouvida no local e disse que estava com o empresário, mas que ele tinha saído para tentar contato com a mãe dela. A jovem foi conduzida para a delegacia, e a mãe foi avisada que a filha havia sido encontrada. O empresário recebeu voz de prisão. A Polícia Civil de Minas Gerais informou que ela foi ouvida, com a presença de seu representante legal, e entregue à família.