Nilza e Paraná estão noivos desde o final de 2023, quando foi comemorado o centenário dele -  (crédito: Gilmara Santos e Luiz Maia/Reprodução)

Nilza e Paraná estão noivos desde o final de 2023, quando foi comemorado o centenário dele

crédito: Gilmara Santos e Luiz Maia/Reprodução

A internet tem muitas funções e uma delas é compartilhar histórias. Muitas delas rendem lindos momentos, como foi o caso do casal Maria Nilza Rodrigues dos Santos, de 57 anos, e Osvaldo Pinto da Silva – também conhecido como Paraná –, de 100 anos. Depois de ter sua história de amor viralizada na internet, eles ganharam um ensaio fotográfico pré-casamento – e todas as regalias que o acompanharam.


Pacientes da Casa de Saúde Santa Izabel (CSSI), unidade da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) localizada em Betim, na Grande BH, eles tiveram seu relacionamento oficializado com um noivado no final de 2023 – durante o centésimo aniversário de Osvaldo – após quase 18 anos de convivência.

 

A repercussão do evento foi tão grande que chegou até os fotógrafos Gilmara Santos e Luiz Maia, que quiseram registrar o amor do casal com um ensaio fotográfico pré-casamento.


“Depois que vi uma reportagem sobre eles e vi que o seu Osvaldo tinha pedido a dona Nilza em casamento aos 100 anos de idade, liguei para a Casa de Saúde Santa Izabel, porque achei muito bonito. Eu acredito muito no amor de todas as formas e busco retratar isso no meu trabalho, e uma história como essa não poderia ficar sem registro”, conta Gilmara.


“Eles procuraram o Serviço Social da nossa unidade oferecendo o serviço fotográfico para registrar o casamento. Como a data estava indefinida, surgiu a ideia de fazer um ensaio pré-casamento”, conta a assistente social Ana Paula de Oliveira Anacleto.


Preparativos

Os preparativos contaram com a colaboração de vários profissionais da casa de saúde: a psicóloga da unidade, Débora Tolentino, elaborou os figurinos dos noivos, e a equipe de enfermagem e os cuidadores ficaram responsáveis pela preparação deles no dia.

 

Maria Nilza ainda recebeu uma produção especial com cabelo e maquiagem oferecidos por uma maquiadora profissional, filha de uma das técnicas de Enfermagem do CSSI.


“Eles ganharam o ensaio e, de cara, aceitaram. Então, começamos a nos organizar para que isso se tornasse possível, e aqui a gente trabalha com os recursos que nós temos, então eu mesma fiz o vestido da dona Nilza e a calça do seu Osvaldo; a Ana Paula encontrou a boina; e o buquê foi o mesmo que usei no meu próprio casamento. Fizemos tudo dentro das possibilidades que tínhamos”, explica Débora.


O ensaio

As fotos foram tiradas pouco antes do Dia dos Namorados, celebrado nesta quarta-feira (12/6), para aproveitar o clima romântico.


“As fotos foram feitas na Estância da Lagoa, que é um espaço para eventos localizado em Betim, próximo à unidade de saúde. É um ambiente acolhedor e tranquilo, com lindos jardins e bosques. A proprietária nos disponibilizou o espaço e foi muito receptiva e atenciosa conosco”, conta Ana Paula.


“Foi muito bonito de ver. A equipe que arrumou o casal pensou em todos os detalhes. O seu Paraná foi super fofo com a dona Nilza. Mesmo com algumas dificuldades para locomoção, eles se divertiram muito e não reclamaram em momento algum. Foi um dia muito especial, um trabalho gostoso de fazer e que nos deixou muito felizes”, afirma Gilmara.


“A fotografia é muito importante na preservação da memória, então achamos legal dar isso de presente para eles. E tinha amor em tudo, o amor estava presente em todos os momentos daquele ensaio: amor deles, da equipe, da fazenda que cedeu o espaço para as fotos”, acrescenta ela.


Apesar da timidez inicial, o casal e os fotógrafos criaram uma ótima conexão, o que garantiu “lindos registros”, como descreve a assistente social.


 

Os noivos aprovaram toda a experiência: “Gostei do lugar, ficou muito bacana, as pessoas que me viram na internet falaram que eu fiquei muito bonita”, conta Maria Nilza, feliz com o resultado. “Achei as fotos muito bonitas e a Nilza ficou linda”, comenta Paraná, sem perder a oportunidade de elogiar a noiva.


“Nesse dia, eles ficaram muito felizes, dava para ver a satisfação que era, porque ali eles estavam sendo reconhecidos, o desejo deles estava sendo valorizado. Muitas vezes, numa instituição de longa permanência, você se sente esquecido, então a gente tenta resgatar isso ao máximo para que eles se sintam sujeitos, vivos, pessoas de direito”, afirma Débora Tolentino.


Agora, Gilmara procura um patrocínio para poder entregar a versão física das fotos ao casal. “Sabemos que na idade deles, as fotos digitais talvez não tenham tanto sentido, então queremos enquadrar essas fotos para completar esse presente”, completou a fotógrafa.