Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco -  (crédito: José Cruz/Agência Brasil)

Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco

crédito: José Cruz/Agência Brasil

Belo Horizonte vai sediar a terceira edição do ÈGBÉ - Encontro Nacional da Cultura dos Povos de Matriz Africana, desta quinta-feira (13/6) a domingo (16/6). A abertura será às 17h no Cine Theatro Brasil Vallourec, na Praça Sete, com a presença de lideranças religiosas, políticas e sociais.


 

O encontro, idealizado pelo Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileiro (Cenarab), sob a coordenação geral da Makota Celinha Gonçalves, tem como objetivo a avaliação e propostas de diretrizes que se manifestem contra o racismo e intolerâncias – religiosas e culturais. 


“Vimos o racismo se estruturar, se institucionalizar para nos segregar e hierarquizar nossos corpos socialmente, economicamente, ambientalmente, culturalmente, religiosamente, educacionalmente. Na base de tantas camadas de opressão estão os corpos interseccionais de mulheres negras, que nunca tiveram outra escolha a não ser resistir e lutar. Por isso, na terceira edição do EGBE, nosso Encontro Nacional de Povos de Matriz Africana, vamos reverenciar a importância do papel e atuação das mulheres negras em todos os setores da sociedade”, explica Makota Celinha.


 

O evento luta para manter viva a luta pela equidade racial no Brasil, estabelecendo que cada Terreiro seja um espaço de memória e ancestralidade. Conforme dados recentes do IBGE, 55,9% da população brasileira se autodeclara negra e religiões como o candomblé e a umbanda estão entre as cinco mais seguidas no país. Mesmo assim, houve um aumento de 140,3% em casos de denúncia de intolerância religiosa e 240,3% em casos de violações desde 2018. Um aumento de, respectivamente, 64,5% e 80,7%, segundo levantamento do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.


Durante os quatro dias, temas sobre sociedade, política, direito, educação, cinema, literatura, igualdade racial e diversidade religiosa serão debatidos por referências negras nacionais e internacionais. A ministra Anielle Franco é um dos nomes que participam do evento, juntamente de Bukassa Kabengele, Cida Bento, Dulce Pereira, Edelamare Melo, Hédio Silva, Joana Célia dos Passos, Joelzito Araújo, João Pedro Stedile, Sandra Manuel, Sheila Walker e cinco ex-ministros do Ministério da Igualdade Racial. 


 

O encontro é patrocinado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura.

 

Confira a programação:


Abertura oficial é gratuita e será realizada no dia 13 de junho, às 17h, no Cine Theatro Brasil Vallourec, com a presença de João Pedro Stedile, dirigente nacional do Movimento dos Sem-Terra (MST). 


Em seguida, às 19h, a Conferência Magna “Do mar que nos separa à ponte que nos liga” recebe Sandra Manuel, Antropóloga especialista em gênero e membro do conselho editorial da revista Feminist África de Maputo, Moçambique; ao lado de Dulce Pereira, comunicadora social e ex-diplomata brasileira e atual Assessora para as pautas de Mulheres Negras, Pobreza e Injustiça Ambiental do Ministério das Mulheres e da cineasta e antropóloga Sheila Walker, com mediação de Benilda Regina, presidenta do Nzinga-Coletivo de Mulheres Negras da PBH


 

Já entre os dias 14 e 16 de junho o evento se restringe a convidados. Os mais de 500 integrantes de povos de Terreiro terão a oportunidade de ouvir e debater, no Sesc Venda Nova, junto a nomes como o da escritora Cida Bento, do cineasta Joelzito Araújo, do ator e músico Bukassa Kabengele, e da Prof. Dra. Joana Célia dos Passos.

 

No dia 14, além das mesas “A Benção dos mais velhos” e “A colonialidade do ver: cinema negro e a descolonização da imagem”, o evento reúne, em uma mesma mesa, todos os ex-ministros e ministras da Igualdade Racial para refletir sobre “A conjuntura, o combate ao racismo e a luta pela igualdade racial”, sob a mediação do professor e historiador Marcos Cardoso. 


No dia 15 de junho serão as mesas:  “A colonialidade do ver: cinema negro e a descolonização da imagem”,  “O Oxé de Xangô - Racismo religioso e os direitos humanos no Brasil”, “Poéticas e Oralituras: a literatura negra e a emancipação do pensamento afro-diaspórico” e “Atoto, jardins do Sagrado As plantas curam”.


A Feira de Afro empreendedorismo Ojá (“mercado” em iorubá) também será montada no SESC Venda Nova, uma mostra de afro empreendedores com estandes de artesanatos, comidas e bebidas. 



SERVIÇO


ÈGBÉ - Nós Somos: 3° Encontro Nacional da Cultura dos Povos de Matriz Africana 


Dia 13 de junho, às 17h – Cine Theatro Brasil Vallourec 

Ingresso gratuito retirado na bilheteria do teatro ou no Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileiro (Cenarab) 


Dias 14 a 16 de junho – Sesc Venda Nova 

no Teatro do SESC Ouro Preto, Venda Nova 

Evento para convidados


*Estagiária sob supervisão do subeditor Humberto Santos