Servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em Minas Gerais, entrarão em greve a partir de 1° de julho. A paralisação foi decidida nessa sexta-feira (14), quando os trabalhadores aprovaram a greve durante uma assembleia geral.
De acordo nota divulgada pelo Ibama, a adesão no estado chegará a 120 servidores, somando 90 do Ibama e 30 do ICMBio. Ainda segundo o documento, a motivação para a greve está relacionada à proposta do governo, que impacta negativamente os níveis iniciais da carreira e prolonga a trajetória profissional, prejudicando especialmente os novos servidores e tornando a carreira menos atrativa.
Segundo o informe do Ibama, 25% dos novos concursados do Ibama já abandonaram a carreira desde 2022, evidenciando a insatisfação com as condições de trabalho. "O governo insistiu na quebra de acordos anteriores, afetando parte dos servidores, incluindo os do Programa de Estabilidade de Carreiras do Meio Ambiente (Pecma)", destacam.
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Os servidores destacam que a proposta é considerada extremamente prejudicial para a missão institucional de proteção do meio ambiente, fragilizando e desqualificando o trabalho desses órgãos. "Durante a greve, as superintendências, unidades técnicas, Cetas, gerências regionais, Centros de Conservação e Unidades de Conservação terão atendimento ao público prejudicado, com serviços restritos aos essenciais e um percentual mínimo de servidores ainda a ser definido", afirmam.
O Ibama explica que a paralisação pode impactar a fiscalização, monitoramento, licenciamento ambiental e outras atividades para a proteção do meio ambiente, além de gerar atrasos em processos e ações que dependem da participação desses servidores.
Outros 15 estados, além de Minas Gerais, também aprovaram a greve. Tanto o Ibama, quanto o ICMBio são autarquias federais ligadas ao Ministério do Meio Ambiente (MMA). A reportagem entrou em contato com o MMA para pedir um posicionamento e aguarda resposta.
Confira as reivindicações
- Desde 2014 sem reajuste salarial.
- Sem condições adequadas de trabalho, com demandas altíssimas para uma quadro de servidores reduzido, falta de recurso material e financeiro.
- Risco de morte nas ações de campo (fiscalização e licenciamento ambiental).
- Estratégias de permanência dos servidores nos confins da Amazônia.
- Salário condizente com o trabalho realizado.
- Valorização e reestruturação da carreira.
- Compensação aos servidores que atuam em áreas de risco.