A última semana do outono em Minas Gerais será marcada pelas temperaturas amenas e formação de nevoeiro pela manhã. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o Sol e a baixa umidade prevalecem ao longo da semana.
Com a chegada do inverno, em 21 de junho, e o término do mês, o clima no país sofre algumas alterações. O fenômeno climático El Niño, conhecido por causar chuvas torrenciais na Região Sul e secas severas no Norte e Nordeste do Brasil, chega ao fim e abre espaço para La Niña, que deve ter início na segunda semana de julho, segundo o Inmet. A previsão é que o fenômeno prevaleça até o início de 2025, mas a duração e intensidade só podem ser analisadas mais próximo da sua atuação.
De acordo com o meteorologista Ruibran dos Reis, no ano passado, o El Niño influenciou as chuvas em Minas Gerais. De outubro a dezembro, o estado teve uma das piores secas nas regiões Norte e Nordeste. Já as chuvas de janeiro ocorreram em forma de temporal, o que não favoreceu o abastecimento dos lençóis freáticos mineiros e provocou o período de seca antecipado.
Segundo o especialista, a atuação da La Niña pode ser benéfica para os mineiros. O fenômeno nesta época do ano facilita que as frentes frias passem ao longo do litoral da Região Sudeste do país e que ocorram chuvas fracas nos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce. As precipitações de baixa intensidade diminuem os focos de incêndio e contribuem com a atividade dos pecuaristas.
“O La Niña influencia em Minas Gerais a antecipação das chuvas, então, tudo indica que o período de chuvas vai começar mais cedo, já a partir da segunda quinzena de setembro. Os meses de outubro, novembro e dezembro podem ser bastante chuvosos, segundo os modelos de previsões, o que é uma boa notícia”, explica Ruibran.
Outras regiões do Brasil
Devido às mudanças, o final do mês de junho será marcado pela ocorrência de chuvas nas regiões Norte, Nordeste e Sul, com previsões de pancadas que podem superar os 60mm nas duas primeiras regiões e 70 mm no Sul.
Na Região Norte, o Inmet aponta que os maiores acumulados de chuva devem ocorrer no Noroeste do Amazonas, Norte do Pará, Roraima, além de áreas do Leste do Amapá com acumulados que podem superar 60 mm. Nas demais áreas, os volumes devem ser inferiores a 40mm.
Já na Região Nordeste, a previsão é de pancadas de chuva na faixa Leste, que podem superar os 60mm. Enquanto na faixa Norte da região, há previsão de chuva com menores acumulados, no interior pode ocorrer tempo quente e seco. Em relação à região Sul, a previsão de chuvas se concentra nos estados do Paraná e Santa Catarina.
Atuação do El Niño
Caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico na sua porção equatorial, o El Niño ocorre em intervalos irregulares de cinco a sete anos e tem duração média que varia entre um ano e um ano e meio.
De junho de 2023 a abril de 2024, o El Niño influenciou no aumento das seca na Região Norte, que passou de fraca a extrema em algumas áreas, enquanto na Região Sul, as áreas com seca moderada a extrema desapareceram gradualmente. Na Região Nordeste, ocorreram áreas com seca grave, que retrocederam a partir de março de 2024.
O fenômeno também contribuiu ativamente para os eventos de inundação de excepcional magnitude no mês de maio, o que caracterizou o maior desastre já ocorrido no Rio Grande do Sul.
De acordo com boletim divulgado na última quarta-feira (12/6), o atual padrão observado de condições de temperatura da superfície do mar do oceano Pacífico equatorial indica valores próximos da média climatológica, apontando para o fim do fenômeno El Niño e a chegada do La Niña, marcado pelo resfriamento anormal das águas do Pacífico.
La Niña
Já a La Niña se desenvolve a partir do resfriamento excepcional das águas do Oceano Pacífico. O fenômeno La Niña ocorre de forma natural e tem características que contrapõe ao El Niño. O fenômeno ocorre em períodos que variam entre dois e sete anos e dura cerca de um ano.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), quando o fenômeno ocorre entre junho e agosto, ele pode trazer consequências como inverno árido nas regiões Sul e Sudeste do Brasil e aumento do frio na costa Oeste da América do Sul. Já na região Leste da Austrália e do continente asiático, as temperaturas tendem a aumentar.