A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) inaugurou, nesta segunda-feira (17/6), o primeiro refúgio climático da cidade. Localizado na Rua dos Carijós, 679, no Centro, o espaço foi criado para ser um ponto de descanso e abrigo do sol na cidade, amenizando os efeitos do calor. Como parte das ações da Agenda Verde, anunciada pelo prefeito Fuad Noman (PSD) no último dia 5 de junho, o equipamento tem o objetivo de tornar a capital mineira mais capacitada para enfrentar as mudanças climáticas.
Além do espaço na Rua dos Carijós, outros seis endereços devem receber pontos de refúgio climático entre este e o próximo ano. Há a previsão de entrega de quatro deles até o final de 2024, todos no hipercentro: um na Av. Olegário Maciel (n° 702), outro na Av. Amazonas (n° 527) e dois na Rua dos Caetés (n° 365 e 841).
Outras duas unidades serão implementadas em Venda Nova e no Barreiro, mas ainda não há previsão de data. A expectativa da prefeitura, é que, futuramente, a capital tenha 50 pontos de refúgio climáticos, instalados em todas as regionais.
Como funciona o refúgio climático
A estrutura integra o programa Centro de Todo Mundo, iniciativa que prevê a requalificação do Centro da cidade. Tendo como elemento central uma árvore, o refúgio contará com uma estrutura que permite um resfriamento passivo. Além disso, por meio de um conjunto de pisos permeáveis (gramado e revestimento de micro eixos drenantes) ele contribuirá para a correta infiltração da água da chuva no local, evitando acúmulo e, consequentemente, alagamentos.
Para maior conforto, o local também conta com um banco sob a árvore, uma espreguiçadeira e um bebedouro. Assim o cidadão poderá utilizar o refúgio não apenas para se abrigar do sol e reduzir a sensação de calor, mas também para descansar e se hidratar. Ao todo, o refúgio climático ocupará uma área de 25,61 m².
Bebedouro que libera 'névoa refrescante'
No novo refúgio climático, o bebedouro é um capítulo à parte. Com tecnologia avançada, ele possui três bicas distintas, destinadas a adultos, crianças e pets.
Também possui estações nebulizadoras, com aspersores para dissipar uma névoa refrescante para que a população se alivie do calor. Para utilizá-lo basta pressionar um dos botões e aguardar a liberação do vapor.
Microclima próprio
A espécie de árvore escolhida para este primeiro refúgio climático foi o oiti, também chamado de goiti (Licania tomentosa), e a escolha foi baseada em questões dimensionais, além de que deveria ser uma espécie que harmonizasse com as já existentes no hipercentro da capital.
Também teria que ser uma árvore cuja copa não interferisse com a marquise vizinha e cujas raízes ficassem afastadas o máximo possível da caixa da rede de drenagem pluvial. Por fim, ela deveria obedecer ao critério de fornecer sombra em todo o perímetro do refúgio climático durante o maior número de horas possível durante o dia, criando assim um microclima próprio.
A obra, que tem orçamento de R$ 177.588,80, foi executada pela empresa EPO Empreendimentos, de Belo Horizonte, por meio de compensação ambiental. Já a construção do banco e da espreguiçadeira foi feita, segundo a PBH, em impressora 3D, gerando zero resíduo para a cidade.
A tendência do refúgio climático
A implementação de espaços públicos para resfriamento é uma tendência já observada em outras cidades, tanto no Brasil quanto no exterior. Chamados de cooling places em metrópoles como Paris e Barcelona, os equipamentos contribuem para tornar os centros urbanos mais sustentáveis e menos suscetíveis aos impactos das mudanças climáticas. Parques arborizados contendo lagos também são considerados espaços de resfriamento, assim como uma praça com um chafariz.
No caso dos refúgios climáticos de BH, o diferencial está na árvore, que desempenhará o papel central no resfriamento do ambiente sob ela e ao seu redor.
*Estagiária sob a supervisão do subeditor Fábio Corrêa