Museu de Artes e Ofícios foi arrombado e furtado no sábado (15/6) -  (crédito:  Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Museu de Artes e Ofícios foi arrombado e furtado no sábado (15/6)

crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Após furto de peças raras no último sábado (15/6), o Museu de Artes e Ofícios, localizado na Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte, volta a abrir normalmente nesta terça-feira (18/6). Dos 17 artefatos roubados, apenas um foi recuperado.

 

Um canivete histórico foi encontrado sob posse do suspeito, ainda no sábado, e devolvido ao acervo do museu. O homem foi localizado e preso em flagrante pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). Os militares seguem em busca dos demais itens roubados.

 

A reabertura do museu será nesta terça. As visitas também voltam a ocorrer normalmente. No sábado, o lugar foi fechado “devido à intercorrências internas”, conforme informado por meio das redes sociais. "O inventário já está sendo feito, o ladrão foi preso, portanto não tem nenhuma justificativa em não abrir. Novas medidas de segurança estão sendo estudadas", afirmou o museu por meio de sua assessoria, nesta segunda (17/6).

 

Foram furtadas peças pequenas, em sua maioria voltadas ao ofício da carpintaria, incluindo formões, pequenos martelos, canivete, arco de pua e balanças.

 

 

Relembre o caso 

 

O furto aconteceu na manhã de sábado. Segundo informações iniciais da Polícia Militar, o homem agiu sozinho. Ele quebrou um dos vidros que dão acesso ao museu e ficou aproximadamente dez minutos no local. A ação foi registrada pelas câmeras de segurança da instituição.

 

Segundo a diretora do Museu de Artes e Ofícios, Karla Bittar, as obras não têm valor comercial. “Fora do museu, no mercado, elas não têm valor nenhum. Essas peças são valiosas e raras, mas dentro de um contexto de contar a história, especificamente dentro de um museu é onde elas realmente têm valor”, afirmou.

 

Karla também destacou que a investigação está sendo conduzida pela Polícia Federal, uma vez que os objetos roubados fazem parte do acervo protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). De acordo com a PF, a Estação Ferroviária foi arrombada, após o fato ser noticiado, policiais federais se dirigiram ao local, onde foram feitos os trabalhos de revelação de vestígios. 

 

No fim da tarde do mesmo dia, a equipe conduziu até a Superintendência da PF em Minas, o suspeito de realizar o furto. "Foi encontrado na posse do detido um bem do acervo do museu (canivete). Ele foi preso em flagrante e responderá pelo crime de furto", informou a polícia.

 

Patrimônio histórico

 

A colecionadora e fundadora do Museu de Artes e Ofícios, Angela Gutierres, muito emocionada, contou que recebeu a notícia do roubo com tristeza e desânimo. “Um ato de total desrespeito a uma coleção importante, que representa tanto para a cultura mineira e brasileira. É difícil imaginar que está na mão de alguém que não tem noção do que é”, declarou ela.

 

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Angela ressaltou ainda a importância do museu para o Brasil, por ser o único dedicado a artes e ofícios, e o trabalho educacional realizado pela instituição, que recebe desde escolas de ensino fundamental até pesquisadores universitários.

 

Museu de Artes e Ofícios

 
Instalado em dois prédios históricos, o SESI Museu de Artes e Ofícios possui acervo de mais de 2.500 peças originais do século XVIII ao início do século XX, entre instrumentos, utensílios, ferramentas, máquinas e equipamentos, que representam o universo do trabalho pré-industrial no Brasil. Tudo isso está abrigado em um espaço físico original, que integra as galerias do Museu e as plataformas da estação ferroviária.
 
 
O SESI MAO conta a história de dezenas de atividades profissionais que deram origem à indústria de transformação em Minas Gerais, representando antigos ofícios em setores tradicionais, como mineração, lapidação e ourivesaria (arte de trabalhar com metais preciosos, na fabricação de joias), alimentício, tecelagem, energia e curtumes. O acervo do Museu é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).


* Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata