Em BH, o frio também marcou a manhã. Com sensação térmica de 5,5°C registrada às 6h desta sexta-feira (14/6), a estação Cercadinho, região Oeste, teve temperatura de 14,3°C -  (crédito: Leandro Couri/EM/D.A.Press)

O número de dias quentes será maior do que dias mais frios em Belo Horizonte durante o inverno

crédito: Leandro Couri/EM/D.A.Press

O inverno começa às 17h51 desta quinta-feira (20/6), mas com temperaturas elevadas comparado ao de 2023. Em Minas Gerais, o tempo seco prevalece, o que favorece as baixas temperaturas ao longo da estação e intensifica a possibilidade de queimadas.

 

De acordo com a empresa de consultoria meteorológica Nottus, o inverno de 2024 não deve apresentar chuvas em Minas, assim como temperaturas elevadas. A previsão indica que as principais baixas na temperatura devem ocorrer em julho e de forma esporádica nos demais meses da estação.

 

O ar seco presente na estação favorece a queda da temperatura durante a noite, causando o friozinho da madrugada. A amplitude térmica é uma grande característica da época, fazendo com que as temperaturas mais baixas sejam registradas nas manhãs e noites e as mais elevadas no período da tarde.

 

 

Segundo o meteorologista Alexandre Nascimento, as regiões Norte, Nordeste, Jequitinhonha e Vale do Mucuri, em Minas Gerais, dificilmente enfrentarão um frio rigoroso, assim como o Sul do estado não deve enfrentar geadas. No entanto, ele não descarta a possibilidade de temperaturas baixas e até negativas na região.

 

 

Na capital, o número de dias quentes será maior do que dias mais frios. Ao longo da estação, as temperaturas mínimas devem ficar entre 5°C e 18°C, enquanto as máximas podem chegar à casa dos 30°C. De acordo com a previsão da Nottus, as temperaturas devem cair de forma mais expressiva entre julho e agosto, mas, ainda ficam acima da média.

 

Primeiro dia do inverno

 

A primeira noite de inverno, astronomicamente, é a mais longa. O tempo seco e aberto favorece a queda na temperatura proporcionando o friozinho da primeira madrugada da estação em 2024.

 

Por outro lado, a mesma condição de tempo seco permite a rápida elevação da temperatura assim que o sol aparece. Portanto, a primeira tarde deste inverno terá calor na maior parte do país.

 

El Niño x La Niña

 

O fenômeno climático El Niño, conhecido por causar chuvas torrenciais na Região Sul e secas severas no Norte e Nordeste do Brasil, chega ao fim e abre espaço para La Niña, que deve ter início na segunda quinzena de julho. O evento climático influencia não apenas as temperaturas no país, mas também as chuvas.

 

 

“O El Niño, que foi o fenômeno vigente desde maio de 2023, já perdeu sua configuração e, neste momento, está sob neutralidade climática, ou seja, sem El Niño e La Niña”, destaca a meteorologista Desirée Brandt.

 

Já o fenômeno La Niña, chega em julho e deve se desenvolver ao longo do segundo semestre de 2024. De acordo com os meteorologistas da Nottus, a expectativa é de que a atuação da condição climática seja de fraca a moderada. A previsão é que o fenômeno prevaleça até o início de 2025, mas a duração e intensidade só podem ser analisadas mais próximo da sua atuação.

 

Em Minas, o fenômeno nesta época do ano contribua para que as frentes frias passem ao longo do litoral da Região Sudeste do país e que ocorram chuvas fracas nos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce.

 

 

“A La Niña deve se consolidar entre agosto e outubro, favorecendo chuvas mais consistentes e persistentes no Sudeste, beneficiando as áreas produtoras do Triângulo Mineiro no final de 2024 e início do ano que vem”, aponta Desirée.

 

O fenômeno ocorre de forma natural, com características que contrapõe ao El Niño, e ocorre em períodos que variam entre dois e sete anos e dura cerca de um ano.

 

Aumento de incêndios florestais

 

A previsão indica que o mês de julho terá chuva abaixo da média. Em agosto, a distribuição das chuvas será mantida, assim como o tempo firme, mas os primeiros episódios de chuva em Minas vão ocorrer apenas no final do inverno.

 

O tempo seco é característico da época do ano, durante a transição do outono e inverno, mas pode ser um problema para a saúde e, ainda, trazer risco a incêndios florestais.

 

 

“A La Niña chega depois de meses secos e quentes ocorridos entre março e junho, o que favoreceu, além de tudo, a proliferação das queimadas no país. Todos os biomas do Brasil, com exceção dos que estão dentro do estado do Rio Grande do Sul, já mostram um aumento dos incêndios em relação ao ano passado”, diz o meteorologista Guilherme Martins.

 

Em Minas, os casos de incêndio em vegetação registrados em maio cresceram 114% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG). O levantamento aponta 3.419 registros, o maior número para o mês desde o início da série histórica em 2020. De acordo com a corporação, em virtude do aumento expressivo de incêndios no mês de maio, às ações de proteção à biodiversidade e aos recursos naturais serão intensificadas.