Hugo Pimenta (à esq.) alega que teve participação somente na morte de um dos fiscais do trabalho -  (crédito:  Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

Hugo Alves Pimenta, à esquerda, está preso desde 13 de fevereiro, quando a Polícia Federal o localizou na cidade de Campo Grande (MS)

crédito: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve execução provisória da pena do empresário Hugo Alves Pimenta, condenado a 27 anos de prisão pela participação na “Chacina de Unaí”, informou nesta quarta-feira (19/6) a assessoria do STJ. O crime aconteceu na zona rural da cidade localizada no Noroeste de Minas Gerais.

 

A decisão da Corte decorre de um “recurso extraordinário” apresentado pela defesa com a intenção de reverter decisão monocrática do vice-presidente do tribunal, ministro Og Fernandes. Os advogados do empresário, em síntese, pleiteavam a execução de pena somente após transcorrido o prazo para apresentação de recursos.

 

 

Hugo Alves Pimenta está preso desde 13 de fevereiro, quando a Polícia Federal (PF) o localizou na cidade de Campo Grande (MS). Na ocasião, ele estava com um passaporte falso.

 

O empresário é o delator da trama que resultou, em 28 de janeiro de 2004, nos assassinatos dos auditores fiscais do trabalho Erastóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, além do motorista Ailton Pereira de Oliveira.

 

Eles foram mortos a tiros em uma estrada rural durante uma fiscalização a fazendas no município de Unaí, no Noroeste de Minas, a 600 quilômetros de Belo Horizonte. Os auditores trabalhavam na apuração de denúncias de más condições de trabalho de empregados em plantações de feijão na região.

 

Os irmãos e fazendeiros Antério e Norberto Mânica foram condenados como mandantes do crime. Antério, ex-prefeito de Unaí, está preso na cidade do Noroeste mineiro desde setembro de 2023. Ele foi condenado a 89 anos de prisão. Norberto, que recebeu pena de 100 anos, segue foragido.

 

Também foram condenados por participação nos assassinatos: José Alberto de Castro, Erinaldo Silva, William Gomes de Miranda e Rogério Alan Rocha — este último preso em 28 de maio em Sergipe. Rogério Alan (que pegou 94 anos de detenção); Erinaldo Silva (76 anos); e William Gomes (condenado a 56 anos de cadeia) ficaram responsáveis pelas execuções.

 

Por causa da chacina de Unaí, o Ministério do Trabalho estabeleceu 28 de janeiro como Dia do Auditor Fiscal do Trabalho e Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo.