No momento que o comandante foi devolver os objetos à mulher, ela tentou agredi-lo fisicamente com tapas no rosto e proferiu insultos racistas -  (crédito: Reprodução)

No momento que o comandante foi devolver os objetos à mulher, ela tentou agredi-lo fisicamente com tapas no rosto e proferiu insultos racistas

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A advogada Luana Otoni de Paula, presa por cometer racismo contra gerente operacional de voo no Aeroporto de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no domingo (23/6), foi solta na manhã desta terça-feira (25/6). Luana teria proferido insultos racistas como “macaco”, “preto” e “vagabundo” no finger do aeroporto e apresentava sinais de embriaguez quando foi presa.


Embora o caso tenha ocorrido na tarde de domingo, a passageira foi direcionada ao Presídio de Vespasiano, também na Grande BH, apenas na madrugada de segunda (24), segundo a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a audiência de custódia da mulher foi realizada virtualmente na tarde dessa segunda, pois o presídio não tem condições de apresentar todas as presas aos Juízes da Região Metropolitana.


Luana informou que sua prisão ocorreu de forma regular, não tendo ocorrido qualquer incidente. Ela alegou, ainda, que não houve registro de agressões ou abuso de autoridade, e que garantiram a ela a oportunidade de realizar uma entrevista reservada com o defensor, sem que houvesse a presença dos agentes responsáveis pela prisão.


 

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pediu a soltura da advogada, levando em consideração uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que prevê a prisão cautelar somente em casos excepcionais. Segundo o juiz responsável pela audiência, a conduta de Luana foi reprovada, mas não atendeu critérios para manter sua prisão, sendo concedida a ela a liberdade provisória. A vítima será intimada sobre a soltura da ré.


Relembre o caso


A advogada Luana Otoni de Paula, de 39 anos, cometeu injúria racial contra um comandante no Aeroporto de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na tarde de domingo (23). De acordo com informações passadas pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), a suspeita foi retirada de um voo no aeroporto por estar supostamente alcoolizada, o que é proibido.


 

A passageira ficou inconformada com a situação e tentou agredir o supervisor de voo da Companhia Aérea Azul, de 45 anos, além de proferir insultos racistas, como “comandantezinho”, “macaco”, “preto”, “vagabundo”, “cretino” e “seu bosta”. A mulher ainda ofendeu o funcionário alegando que ele precisava “desse empreguinho” e que precisava “mostrar trabalho”, seguido de agressões físicas contra a vítima como chutes e socos, além de tapas no rosto do homem, conforme mostram imagens de câmeras de segurança.


A vítima dos insultos informou à passageira que ela seria realocada em outro voo. A mulher teria pedido para pegar seus pertences dentro do avião. No momento que o comandante foi devolver os objetos à mulher, ela tentou agredi-lo fisicamente com tapas no rosto e proferiu insultos racistas.


Voz de prisão


A Polícia Federal (PF) foi acionada, deu voz de prisão à suspeita e a conduziu até a base da Polícia Militar (PM), que realizou o boletim de ocorrência (BO). No BO, o funcionário relatou que, durante o embarque, a mulher caiu no finger (ponte que faz a ligação entre o terminal do aeroporto e o avião) e demonstrou estar com sintomas de embriaguez.


 

Luana foi conduzida e ouvida por meio da Central Estadual de Plantão Digital. Ela também foi autuada em flagrante pelos crimes de injúria, perturbação do trabalho ou do sossego alheio, desacato e vias de fatos. De acordo com a Polícia Civil (PC), a mulher foi encaminhada ao sistema prisional, e segue à disposição da Justiça.