Junho começa e Belo Horizonte já está colorida para os festejos da temporada. Este sábado (1/6) é o primeiro dia das comemorações da festa junina que acontecem em espaços culturais nas regionais da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), em diversos bairros da capital, enaltecendo a tradição do mês com várias atrações.
São as celebrações juninas descentralizadas na cidade que, mais que momentos de diversão, também são um fomento às culturas locais, fortalecendo o sentido de pertencimento de cada comunidade.
Os eventos ocupam os centros culturais municipais e o Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado com apresentações de quadrilhas, shows musicais e brincadeiras, além de barraquinhas com a comercialização de comidas típicas. Segundo a PBH, "o objetivo é valorizar as artes, a cultura e o patrimônio imaterial na cidade, garantindo o amplo acesso da população aos bens e serviços artístico-culturais. Para além dos momentos de diversão, as celebrações são um meio de preservação do patrimônio cultural imaterial de Belo Horizonte." Todos os festejos têm entrada gratuita. Confira aqui a programação.
O pontapé inicial para a festa neste sábado foi no Centro Cultural Pampulha (CCP) com o Arraiá do CCP, que recebeu a Quadrilha Feijão Queimado, além de tudo que envolve o clima da festa junina. No próximo sábado (8/6), o Centro Cultural Vila Marçola (CCVM) realiza o 7º Arraiá Curturá do Centro Cultural Vila Marçola, das 13h às 18h, e o evento seguinte é em 15 de junho, no Centro Cultural Venda Nova (CCVN), que comemora os 313 anos de Venda Nova com o Arraiá do CCVN, das 14h às 20h, apresentando a banda de forró Furo de Taboa e a quadrilha junina Estrela Matutina.
No sangue
A quadrilha que abriu a farra na Pampulha tem história para contar. O Núcleo Mineiro de Cultura Feijão Queimado surgiu por acaso, há mais de 40 anos, e de lá para cá trilhou um caminho importante nas festas juninas. Os fundadores, o casal Osvaldo José da Silva, 73, e Lúcia Helena Coelho, 63, aproveitaram que a filha, Luciane, fazia aniversário na época da festa junina para explorar esse tema na comemoração, uma sugestão de amigos, quando a pequena completou um ano de vida, em 1980. Está aí a semente.
No ano seguinte, acabaram sendo convidados para se apresentar dançando quadrilha na quermesse da igreja em um bairro vizinho, começando com o grupo que ainda não tinha nome. "A madrinha da minha mãe disse que estava sentindo o cheiro de alguém queimando feijão, e assim o grupo foi batizado", lembra Luciane, que completa 45 anos no próximo dia 9 de junho.
Ela esteve na festa na Pampulha neste sábado com as filhas Alice, 8, Cecília, 7, e a sobrinha Luiza Helena, de 1, e diz que a história de sua vida é misturada com a festa junina. "Sempre vivenciei a festa junina, desde pequena. Todo ano vou a quadrilhas. Hoje, teve ainda a performance de balé das minhas filhas, antes da apresentação do Feijão Queimado, que é sempre bom de ver dançar. A festa junina é a minha vida."
E essa é mesmo uma herança dos pais. Lúcia Helena conta que sua festa preferida no ano é a que se celebra a partir de junho, e participa de quadrilhas há muito tempo, desde a época da escola. O grupo que coordena junto ao marido e familiares já se apresentou diversas vezes em Belo Horizonte e fora da cidade, participando de eventos em escolas, clubes, igrejas e outros lugares, inclusive com 13 títulos do Arraial de Belô e até o primeiro lugar nacional em um concurso de quadrilhas pelo programa da Xuxa, em 1997.
"Para mim é a melhor festa do ano. Gente bonita, roupas bonitas, dança bonita, boa comida", declara Lúcia Helena, que todos os anos aluga vestidos típicos que ela mesmo cria.
A festa continua
No dia 21 (sexta-feira), o Centro Cultural São Bernardo (CCSB) promove o Arraiá CCSB às 14h30, com quadrilha, fogueira, simpatias e apresentações como o Café com Lorota, Rosas do São Bernardo e Nicanor. No dia 23 (domingo), o Centro Cultural Padre Eustáquio (CCPE) realiza a Festa Junina CCPE das 10h às 15h, com apresentação do Bloco Pé di Chinelo.
Em 29 de junho acontecem três eventos: a Quadrilha Núcleo Mineiro de Cultura Feijão Queimado, no Centro Cultural Lindeia Regina (CCLR), às 20h; a Festa Junina Especial de Aniversário do Centro Cultural Lindéia Regina (CCLR), a partir das 17h, celebrando os 16 anos do CCLR; e o Rastapé do CCSF – Quarta Edição, no Centro Cultural Salgado Filho (CCSF), das 17h às 20h, com apresentações do grupo de quadrilha Paixão Junina, Arraiá do Mindinho e show de forró com Samba C4.
Para encerrar o mês, no dia 30 (domingo), o Centro Cultural Urucuia (CCU) celebra os 16 anos do CCU com o Arraiá Urucuia, a partir das 16h, com Trio Forró Guiné e quadrilha Forró de Minas.
E a festa não termina em junho. A partir de 6 de julho, a programação segue com o III Arraiá do BDI no Centro Cultural Bairro das Indústrias (CCBDI), das 14h às 21h, incluindo apresentações do Grupo de Artesanato do Bairro das Indústrias. No dia 13 (sábado), é a vez do Arraial do Lagoa no Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado (CRCP), das 16h às 22h.
No dia 20 (sábado), dois eventos movimentam a cidade: o 11º Arraiá pela Paz, no Centro Cultural Jardim Guanabara (CCJG), das 17h às 20h, com participação do Grêmio Recreativo Cultural Mineiro de Quadrilha Fogo na Perna e atividades da comunidade local; e o Arraiá da Usina no Centro Cultural Usina de Cultura (CCUC), das 18h às 23h, com show de Bárbara Barcellos e Linha 589.
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Ainda em julho, no dia 26 (sexta-feira), o Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira (CCLAO) realiza o Arraial do CCLAO, das 14h às 18h, com apresentações do grupo Forró da Sanha, quadrilha da academia da cidade e som mecânico. Já no dia 27 (sábado), o Centro Cultural Vila Fátima (CCVF) recebe o Arraial do CCVF a partir das 14h, com apresentações da Fogo de Palha e da banda Os Disponíveis.
Todos os dias de festa regados a bebidas e comidas típicas, danças tradicionais, quadrilhas, atrações musicais, brincadeiras, barraquinhas, e mais. "Ao valorizar os festejos das diferentes regiões da cidade, a PBH não só democratiza o acesso às tradições culturais, mas também engrandece e apoia a diversidade de seus bairros. (...). Essas iniciativas permitem que mais pessoas participem dos eventos, experimentem as tradições e se conectem com suas raízes culturais. Além disso, elas estimulam a economia local, apoiando pequenos comerciantes e artistas", diz a prefeitura. A organização dos eventos é da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura.