Recém-contratada como vendedora em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Ana Cláudia Alves Rodrigues, de 36 anos, busca pela filha desaparecida, Mirella Alves dos Santos Cunha, de 13, que está vivendo em um abrigo da cidade, no Bairro Nossa Senhora das Graças. Mãe solteira, ela também tem dois meninos — um de 10 e outro de 2 anos e 11 meses — e uma garota, de 7. Todos, por determinação da Justiça, estão em casas de acolhimento. 

 

Em entrevista ao Estado de Minas neste domingo (9/6), Ana Cláudia admite erros, como o vício em álcool e cocaína, mas afirma estar sóbria há quatro meses. O pai da adolescente e das crianças nunca deu assistência, segundo diz.

 

Para além do tratamento em curso no Centro de Atenção Psicossocial e outras drogas (CAPS AD) de Betim e o emprego que pode marcar um recomeço, Ana diz só pensar, agora, em encontrar a filha em segurança.

 



 

 

A adolescente foi vista pela última vez na quinta-feira (6/6), quando foi para a aula na Escola Municipal Maria José Campos, no Bairro Novo Horizonte, e não retornou ao abrigo. Foi nesse dia, inclusive, que Ana Cláudia começou no emprego novo. O boletim de ocorrência foi registrado por ela no dia seguinte em uma base da Polícia Militar.

 

“Desesperada” foi a palavra que Ana mais repetiu durante a entrevista. Conforme conta, Mirella já havia manifestado a ideia de escapar da unidade de acolhimento. “Uma monitora me mandou mensagem no WhatsApp falando que minha filha tinha fugido. Ela disse que, quando o transporte escolar chegou [no colégio], a Mirella não estava lá. Como, a partir daí, comecei a ficar sem notícias, procurei a PM, embora eles [o abrigo] já tivessem comunicado à polícia, segundo me disseram. Na terça, conversei com minha filha por videochamada, e ela ameaçou fugir. Disse que não queria ficar mais lá. Agora, estou recorrendo à mídia porque estou desesperada”, conta.

 

Os irmãos de Mirella estão em um abrigo no Bairro Espírito Santo. O primeiro a ser levado pelo Conselho Tutelar foi o filho de 10 anos. “Ele fez aniversário em 8 de abril. Duas semanas depois, ele foi recolhido. Daí, foram pegando um por um. Estou há quatro meses sem beber e sem fazer uso de cocaína. Consegui me livrar disso e faço tratamento no CAPS. Mesmo diante do vício, sempre fui boa mãe. Nunca deixei faltar nada para eles. Mas aí, em 2021, o Conselho Tutelar começou a ficar em cima de mim. Fui acusada de deixar meus filhos sozinhos em casa, mas isso não é verdade”, alega a mãe.

 

Ana Cláudia tem encontro marcado no Fórum de Betim para a próxima quarta-feira (12/6). Segundo conta, o objetivo é apresentar informações à Vara da Infância e Juventude sobre as visitas que ela faz aos filhos nos abrigos, além de prestar esclarecimento sobre o tratamento no CAPS. Ela diz que a intenção é retomar a guarda dos filhos. No entanto, ainda não há previsão de marcação de audiência com essa finalidade. 

 

A reportagem tentou contato com a Casa Viver, no Bairro Nossa Senhora das Graças, onde a adolescente estava abrigada, mas não houve retorno até o fechamento da publicação. 

 

Informações podem ser repassadas por meio do telefone e WhatsApp (31) 9779-6722.

 

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