A reforma e revitalização do conjunto histórico e paisagístico da Avenida Bernardo Monteiro, localizada entre as Avenidas Brasil e Professor Alfredo Balena, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, serão concluídas em abril de 2025. Inicialmente, o prazo de entrega das obras, que tiveram início em abril deste ano, havia sido estipulado para dezembro de 2024. A alteração decorre da decisão da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) de realizar a obra por etapas, para evitar maiores transtornos no trânsito da região.
Entre as melhorias previstas estão a troca de piso, bancos, realização de paisagismo, irrigação e instalação de travessias elevadas atendendo às normas de acessibilidade. Além disso, outra questão significativa são as árvores fícus, cujo estado deu início à discussão sobre a revitalização.
As intervenções na Avenida Bernardo Monteiro fazem parte do programa de requalificação “Centro de Todo Mundo” e tem como objetivo valorizar o o conjunto. Apesar de as reformas terem sido iniciadas há dois meses, a discussão sobre o processo de revitalização se desenrola há anos. Desde 2014, havia a promessa de lançamento de um concurso para reforma do local. O edital, no entanto, só foi lançado em 2018, e o vencedor anunciado em maio de 2021. Por sua vez, o projeto foi aprovado em julho de 2023.
Para Daniel Toscano, diretor de edificações da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), a obra tem dois pilares: sustentabilidade do ambiente construído e sustentabilidade social. “Estamos fazendo uma obra que é a implantação de um projeto arquitetônico totalmente revitalizado do local e que vai integrar todas as pessoas para uma melhor utilização do espaço”, disse.
Estão sendo investidos R$ 2,4 milhões nas obras com recursos próprios da PBH e provenientes do Fundo Municipal de Defesa Ambiental. Os trabalhos serão supervisionados pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap).
Os fícus
Em 2013, o trecho da avenida Bernardo Monteiro, entre avenida Brasil e a Praça Hugo Werneck, Região Centro-Sul da cidade, foi severamente acometido por infestações do inseto conhecido como “mosca-branca-de-ficus”, que causaram a morte de vários fícus existentes na via. A praga chegou a matar, de uma vez, 20 dos 51 exemplares existentes no trecho.
Com a revitalização, o diretor de gestão ambiental da Secretaria de Meio Ambiente (SMMA), Dany Amaral, informou que serão mantidos 23 fícus, mas não serão plantados mais exemplares dessa espécie. Além disso, a PBH informou que nos próximos dias serão suprimidos dois fícus que apresentam risco de queda por estarem em mau estado vegetativo e fitossanitário. De acordo com o Executivo municipal, dentre os problemas verificados nas árvores estão “poda drástica, tronco apodrecido com presença de fungos saprófitas, lesão na base do tronco e queimado”. Outras quatro plantas da espécie estão em análise.
Para a supressão de dois fícus nos próximos dias, o diretor de gestão ambiental da SMMA afirmou que houve diálogo com coletivos que acompanham o estado dessa espécie, principalmente com o Fica Fícus. Ainda de acordo com ele, a PBH e os coletivos têm a mesma percepção de que as árvores devem ser retiradas.
Para substituir as 50 árvores que foram retiradas em 2013 por causa da infestação da mosca branca, e as duas que serão removidas esta semana, a revitalização prevê o plantio de 15 jacarandás paulista e 14 jequitibás branco.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Fábio Corrêa