Ao menos 17 peças raras foram furtadas do Museu de Artes e Ofícios, localizado na Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte, na manhã deste sábado (15/6). O suspeito foi localizado e preso pela Polícia Militar. Junto com ele, foi encontrada apenas uma das peças históricas. Os militares seguem em busca dos demais objetos roubados.
Segundo informações iniciais da Polícia Militar, o homem agiu sozinho. Ele quebrou um dos vidros que dão acesso ao museu e ficou aproximadamente dez minutos dentro do local. A ação foi registrada pelas câmeras de segurança da instituição.
Foram levadas apenas peças pequenas, quase todas relacionadas ao ofício da marcenaria, como canivete, balanças. O inventário ainda está sendo realizado pelo museu.
Segundo a diretora do Museu de Artes e Ofícios, Karla Bittar, as obras não têm valor comercial. “Fora do museu, no mercado elas não têm valor nenhum. Essas peças são valiosas, são raras, mas dentro de um contexto de contar a história, especificamente dentro de um museu é que elas realmente têm valor”, afirmou.
De acordo com Karla, a investigação está sendo conduzida pela Polícia Federal, uma vez que os objetos roubados fazem parte do acervo protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Nas redes sociais, o museu informou que, “devido à intercorrências internas”, o local ficará fechado ao público neste sábado.
Valor histórico
A colecionadora e fundadora do Museu de Artes e Ofícios, Angela Gutierres, muito emocionada, contou que recebeu a notícia do roubo com tristeza e desânimo. “Um ato de total desrespeito a uma coleção importante, que representa tanto para a cultura mineira e brasileira. É difícil imaginar que está na mão de alguém que não tem noção do que é”, declarou ela.
Angela ainda ressaltou a importância do museu para o Brasil, por ser o único dedicado às artes e ofícios, e o trabalho educacional realizado pela instituição, que recebe desde escolas de ensino fundamental até pesquisadores universitários.
“Dentro do contexto dessa coleção, que é única no país, que representa as artes e ofícios, (as peças) são importantíssimas”, afirma Angela. “É um museu que conta a história do trabalho neste país desde os primórdios, que mostra como foi difícil a sobrevivência, como foi duro o trabalho dos homens e das mulheres dessa época. É o começo de tudo”, completou.