Dono de uma pizzaria delivery, a Pizzaria Pega Pega, no Bairro Carlos Prates, na Região Noroeste de Belo Horizonte, Paulo César de Oliveira Costa, de 32 anos, sofreu um acidente na noite de 1º de junho, passou 13 dias no Hospital João XXIII, foi submetido a três cirurgias e teve o pé esquerdo amputado. Agora, ele busca arrecadar verba para adquirir uma prótese e voltar ao trabalho de pizzaiolo, única renda de sua família (saiba como colaborar mais abaixo).
Marido de Tainá, de 29 anos, e pai de Catarina, de 10, Paulo César relembra o dia em que, além de preparar as pizzas, precisou fazer as entregas, já que o motoboy da empresa passou mal durante o expediente e teve que se ausentar do serviço mais cedo, conta o empresário. Na mesma data, aconteceria o acidente no cruzamento das ruas Riachuelo e Vila Rica, no Bairro Padre Eustáquio, também na Regional Noroeste da capital.
"Nossas entregas estão situadas na região, no Carlos Prates, Padre Eustáquio, Caiçara, Centro. No dia 1º, um sábado, o motoboy 'nos deixou na mão'. E estávamos com muitas entregas a fazer. Sou pizzaiolo, então como tinha tanta entrega atrasada, e os clientes estavam cobrando, resolvi pegar a moto e entregar as pizzas. Fiz duas ou três entregas. Na última delas, ocorreu o acidente. O sinal estava piscando, achei que era de alerta ainda, que daria para passar. Mas me confundi, infelizmente, e o carro me pegou em cheio, prensando meu pé na placa de pare", relembra ele, pizzaiolo há oito anos e dono do estabelecimento há um ano e oito meses.
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Após o acidente e “três horas esperando socorro”, diz, Paulo foi transferido para o Hospital Municipal Odilon Behrens e, em seguida, ao João XXIII. "Não tinha médico na hora, não entendi direito. Depois me mandaram para o João XXIII. Esperei lá uma hora e pouco para a primeira cirurgia. Depois fui para a UTI. Passei em seguida por uma segunda cirurgia, tentaram fazer com que chegasse sangue na ponta dos meus dedos. O resultado foi zero. Passei pela terceira cirurgia, que foi tirar meu pé”, recorda.
Nesta terça-feira (18/6), ele fará uma avaliação em uma clínica para saber que prótese usar e o valor dela. “Dependo daquela pizzaria para viver, não tenho outro ganho. Praticamente o negócio parou. A pessoa que bateu em mim prestou o primeiro socorro. Mas depois que cheguei em casa, do hospital, falou que não tinha condições de ajudar, a vida dele também era difícil. Resumo: fiquei desamparado mesmo”, relata.
Quem puder colaborar com algum valor, o pix é 3198621-5823. Uma campanha de vakinha virtual também será realizada.
Hospitais
A reportagem procurou os dois hospitais para saber a respeito dos procedimentos adotados após o acidente.
Em nota, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), responsável pelo Hospital João XXIII, disse que “as informações sobre as etapas do atendimento no caso citado estão centralizadas no prontuário do paciente, cujo acesso é sigiloso por lei. Há ainda de se considerar as questões éticas que envolvem o caso. Em situações de dúvidas quanto ao atendimento, o paciente pode acessar os instrumentos disponíveis para o cidadão, como a Ouvidoria do SUS”.
Por sua vez, a Secretaria Municipal de Saúde informou, em nota, que recebeu o chamado para atendimento de vítima de acidente nas esquinas das ruas Jacutinga e Anchieta, no Padre Eustáquio, e que a ambulância chegou ao local às 21h08 e realizou o atendimento à vítima, que foi levada para o Hospital Metropolitano Odilon Behrens (HOB). "Ao chegar no local, a equipe do SAMU constatou que, no momento da chegada do paciente, a unidade estava com alto fluxo de atendimentos. Por isso, para agilizar a assistência e garantir a saúde, ele foi levado para o Hospital João XXIII", completou.