Mais de 100 famílias ocupam o prédio da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel), no Bairro da Savassi, desde a noite dessa quarta-feira (19/6). O grupo representa as mais de oito mil famílias da Região de Izidora, no limite de BH com Santa Luzia.

 

Segundo Leonardo Péricles, coordenador do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), a ocupação protesta para que as duas maiores das quatro ocupações de Izidora sejam incluídas no plano de urbanização da prefeitura.

 

 

“A prefeitura anunciou R$ 250 milhões para urbanizar Izidora, mas que só está atendendo as ocupações Rosa Leão e Helena Greco. A luta aqui é para que as ocupações Esperança e Vitória, as duas maiores de Izidora, também sejam atendidas”.

 

Outro ponto que os protestantes pedem é para que o plano de urbanização seja debatido de forma democrática com as famílias, coordenações, associações e com o movimento.

 




 

“A prefeitura tem um método de operar extremamente autoritário no processo de urbanização de vilas e favelas. Queremos que a opinião das famílias seja considerada. Que não seja priorizado os carros e, sim, a moradia digna”.

 

O grupo ocupa um dos andares do prédio da Urbel na Avenida do Contorno. Na manhã de hoje, segundo os manifestantes, a Guarda Municipal fechou o edifício. " Estamos ocupando um dos dez andares do prédio, sem impedir o direito de ir e vir das pessoas. Quem fechou a porta da Urbel foi a prefeitura".

 

Mais de 100 famílias protestam no prédio da Urbel na manhã desta quinta-feira (20)

Jair Amaral/EM/D.A Press

 

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que o recurso conquistado junto ao Governo Federal para as obras de urbanização das Ocupações Rosa Leão e Helena Greco, é resultante de um trabalho participativo de discussão com os moradores para a construção e aprovação do Plano de Urbanização Sustentável.

 

Com a aprovação do plano pela comunidade, foi possível encaminhar a proposta da urbanização dessas ocupações para o Governo Federal e conquistar recursos para as obras por meio do “Programa PAC-PERIFERIA VIVA”. O recurso foi aprovado por um orçamento específico e elaborado a partir dos projetos para cada área e, por isso, não é possível transferir para qualquer outro território.


 

“A discussão e a aprovação dos planos é uma exigência básica para a contratação de projetos e captação de recursos para obras de urbanização. Os moradores das ocupações Esperança e Vitória não quiseram participar da votação do projeto proposto pela PBH, o que impediu a captação de recursos para esses locais”.

 

A PBH ainda informou que também solicitou junto ao Governo Federal recursos para a retomada das discussões dos Planos de Urbanização das Ocupações Vitória e Esperança. “Cabe ressaltar que todas as informações foram repassadas aos manifestantes ontem”.

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