A Justiça determinou a desocupação do prédio da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel). Desde a noite de quarta-feira (19/6), mais de 100 famílias da Ocupação Izidora ocupam um andar do edifício, localizado na Savassi, Região Centro-Sul da capital. O grupo reivindica que mais moradores sejam incluídos no plano de urbanização da prefeitura.

 

A decisão pela desocupação do prédio foi expedida pelo juiz Thiago Grazziane Gandra, da 1ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública Municipal da Comarca de Belo Horizonte. O magistrado determinou na decisão que o mandado de reintegração de posse "seja cumprido com urgência" e também autorizou "o requerimento de reforço policial em caso de resistência".

 

Em nota, a Prefeitura informou que a desocupação do prédio foi conduzida de forma pacífica e que "a Urbel se mantém aberta ao diálogo com os movimentos populares".

 

Protesto

Segundo Leonardo Péricles, coordenador do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), a ocupação protesta para que as duas maiores das quatro ocupações de Izidora sejam incluídas no plano de urbanização da prefeitura.

 

 

“A prefeitura anunciou R$ 250 milhões para urbanizar Izidora, mas que só está atendendo as ocupações Rosa Leão e Helena Greco. A luta aqui é para que as ocupações Esperança e Vitória, as duas maiores de Izidora, também sejam atendidas”, afirma.

 



 

Outra solicitação dos manifestantes é para que o plano de urbanização seja debatido de forma democrática com as famílias, coordenações, associações e com o movimento.

 

“A prefeitura tem um método de operar extremamente autoritário no processo de urbanização de vilas e favelas. Queremos que a opinião das famílias seja considerada. Que não seja priorizado os carros e, sim, a moradia digna", disse.

 

 

 

 

Outro lado

Mais cedo, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que o recurso, conquistado junto ao Governo Federal para as obras de urbanização das Ocupações Rosa Leão e Helena Greco, é resultante de um trabalho participativo de discussão com os moradores para a construção e aprovação do Plano de Urbanização Sustentável.

 

“A discussão e a aprovação dos planos é uma exigência básica para a contratação de projetos e captação de recursos para obras de urbanização. Os moradores das ocupações Esperança e Vitória não quiseram participar da votação do projeto proposto pela PBH, o que impediu a captação de recursos para esses locais”.

 

A PBH ainda informou que também solicitou junto ao Governo Federal recursos para a retomada das discussões dos Planos de Urbanização das Ocupações Vitória e Esperança. “Cabe ressaltar que todas as informações foram repassadas aos manifestantes ontem”.

 

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