Das 81 mortes em decorrência da contaminação por COVID-19 registradas em Belo Horizonte neste ano, apenas um paciente havia se vacinado. O mesmo aconteceu com as vítimas da influenza; dos 11 óbitos computados pela administração municipal, somente três pessoas estavam com o esquema de imunização completo. Os dados apresentados pela Secretaria Municipal de BH reforçam o que especialistas e órgãos de saúde têm afirmado desde o início da pandemia e o aumento da cultura antivacina no país: as vacinas são as principais formas de prevenção contra as complicações e, até mesmo, óbitos por essas doenças.


Nos primeiros seis meses de 2024, mais de 8 mil pacientes foram internados por doenças respiratórias nos hospitais que atendem pela rede SUS-BH. Desses, 922 casos foram considerados graves e demandaram leito de CTI. Conforme a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), atualmente, 35% das demandas de atendimento são para pessoas acima de 60 anos e 31% para crianças de até 4 anos.


Para garantir a proteção da população contra as doenças respiratórias, a Secretaria Municipal de Saúde segue ofertando vacinas contra a gripe e a COVID-19 nos 152 centros de saúde da capital. “As complicações e os óbitos estão concentrados entre pessoas que fazem parte de grupos prioritários para receber a vacina contra a gripe e contra a COVID-19. As doses são seguras e protegem, principalmente, os mais vulneráveis”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Danilo Borges Matias.




 

Mesmo com as internações, ainda segundo a PBH, a capital registra estabilidade na demanda por assistência médica devido a sintomas respiratórios, quando considerados os centros de saúde e as Unidades de Pronto Atendimento. Até essa segunda-feira (24/6), foram feitos mais de 43 mil atendimentos, uma média diária de 1.700. Já em abril foram 71 mil, o que representa uma média de 2.300 atendimentos diários. Quando comparados os períodos, houve uma queda de 39,4% da procura. 


“Até o momento, não foi necessário ampliar o horário de funcionamento nem abrir novos serviços. Ainda assim, já reforçamos o número de profissionais, inclusive com contratação e nomeação de pediatras, e seguimos com o acompanhamento diário para, se necessário, agir de forma oportuna”, acrescenta Danilo.


As vacinas contra a gripe estão disponíveis para toda a população a partir de seis meses de idade. Até o momento, 589 mil pessoas já foram vacinadas. Considerando o público prioritário definido pelo Ministério para fins de cobertura vacinal, foram aplicadas 304 mil doses, o que corresponde a uma cobertura de 50%. A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é de 90%.


 

Já a dose monovalente contra a COVID-19, atualmente, está sendo aplicada em todos os grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde. A aplicação protege contra a subvariante da Ômicron XBB 1.5 e, até o momento, 68,5 mil pessoas já foram vacinadas. Para ser imunizada, a pessoa que faz parte do público convocado deve ter recebido a última dose há, pelo menos, três meses.


Os endereços dos locais de aplicação estão disponibilizados no portal da Prefeitura, por tipo de imunizante (gripe e COVID-19). Nas páginas, também é possível verificar os horários de funcionamento dos locais e grupos que podem ser vacinados.


Calendário de vacinação


Desde janeiro de 2024, a vacina contra a COVID-19 integra o Programa Nacional de Imunizações (PNI). A recomendação do Ministério da Saúde é que estados e municípios priorizem crianças de 6 meses a menores de 5 anos e grupos com maior risco de desenvolver formas graves da doença, como idosos, imunocomprometidos, gestantes e puérperas.


Em maio, a pasta confirmou a compra de 12,5 milhões de doses do imunizante contra a COVID-19 SpikeVax, produzido pela farmacêutica Moderna. O processo de aquisição emergencial, segundo o ministério, começou em dezembro de 2023, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a versão mais atualizada da vacina. A SpikeVax é uma dose monovalente que protege contra uma subvariante específica da COVID-19, a XBB 1.5, conhecida popularmente como Kraken e um subtipo da variante Ômicron.

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