A chegada do inverno completa quase uma semana, mas as temperaturas elevadas não devem dar folga por enquanto. Segundo a previsão meteorológica da Nottus (empresa de meteorologia), a estação terá temperaturas acima da média em 2024. Neste fim de semana (29 e 30/6), os termômetros de algumas regiões mineiras podem bater 32ºC. Em Belo Horizonte, as temperaturas chegam a 30ºC e só devem cair a partir de julho.

 

De acordo com a meteorologista Anete Fernandes, Minas Gerais é um dos poucos estados do Sudeste e Centro-Oeste a apresentar altas temperaturas neste fim de semana. Em outras regiões dos estados vizinhos, haverá uma queda de temperatura nos próximos dias. A explicação é a grande quantidade de nuvens nas outras áreas, o que mantêm o tempo aberto na maior parte de Minas.

 

O calorão desses primeiros dias de inverno não pode ser considerado uma onda de calor. O fenômeno  esteve presente no estado por vários dias consecutivos em março e em maio deste ano. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a condição climática é caracterizada por temperaturas 5ºC acima da média por, pelo menos, três dias seguidos em área mais ampla.

 



 

A previsão para o inverno deste ano em Minas é que haja pouca chuva, baixos índices de umidade relativa do ar e temperaturas acima da média. Portanto, será uma estação com poucos episódios de frio intenso, exceto no Sul do estado. De acordo com o meteorologista Ruibran dos Reis, a previsão indica que a capital vai enfrentar altas temperaturas no último fim de semana de junho devido a uma massa de ar seco que atua no estado.

 

“A massa de ar seco facilita que as temperaturas subam mais aqui em Minas, então podemos esperar temperaturas em elevação em todo o estado, principalmente na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com máxima entre 31ºC e 32ºC no fim de semana. Até o final de semana, temperaturas em elevação. A partir da próxima semana, o tempo muda”, explica o especialista.

 

Quando o frio chega em MG?

 

Embora as temperaturas se mantenham elevadas nos próximos dias, a previsão é que o frio dê os primeiros sinais em Minas a partir do próximo mês. As temperaturas mais baixas, no entanto, não devem durar muito, com previsão apenas para julho, com eventos de frio esporádico até o término da estação, em setembro.

 

 

De acordo com a meteorologista Anete Fernandes, uma frente fria deve chegar em Minas a partir de segunda-feira (1/7), fazendo com que as temperaturas entrem em declínio. Em Belo Horizonte, os termômetros saem da casa dos 30ºC no domingo para os 26ºC na segunda. Já a temperatura mínima não muda muito, com um declínio de cerca de 2ºC de segunda para terça-feira (2/7).

 

“No decorrer do domingo é que começará a aumentar a nebulosidade nas regiões do Triângulo, Oeste, Sul e Zona da Mata, com o avanço de uma frente fria pelo litoral. Na segunda-feira, a intensificação do transporte de umidade do oceano para o interior do continente, aumentará a nebulosidade em grande parte do estado, declinando as temperaturas”, informa Anete.

 

Chuvas

 

O final de semana também será marcado pela baixa umidade do ar, decorrente do clima seco e ausência de chuvas no período que compreende o outono e o inverno. Segundo Ruibran dos Reis, esta será mais uma das características presentes no sábado e no domingo em Minas.

 

“O Triângulo Mineiro também demonstra tempo bastante seco e com índices entre 12% e 20% da umidade relativa do ar. Somente a partir de segunda-feira que uma nova frente fria vai passar pelo litoral e pode trazer aumento da nebulosidade e da umidade relativa do ar, mas não há previsão de chuvas significativas”, diz.

 

 

Para além deste final de semana, a previsão indica que o mês de julho terá chuva abaixo da média. A condição climática pode ser um problema para a saúde e, ainda, trazer risco a incêndios florestais.

 

Em Minas, os casos de incêndio em vegetação registrados em maio cresceram 114% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG). O levantamento aponta 3.419 registros, o maior número para o mês desde o início da série histórica em 2020. De acordo com a corporação, em virtude do aumento expressivo de incêndios no mês de maio, às ações de proteção à biodiversidade e aos recursos naturais serão intensificadas.

 

*Estagiária sob a supervisão do subeditor Humberto Santos

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