A delegada Andréa Bochmann acredita que homem preso faça parte de quadrilha -  (crédito: Ivan Drummond/EM/D. A. Press)

A delegada Andréa Bochmann acredita que homem preso faça parte de quadrilha

crédito: Ivan Drummond/EM/D. A. Press

Um homem, identificado pelas iniciais F. C., de 36 anos, que vinha aplicando golpes em comerciantes do Bairro Santa Tereza, na Região Leste de Belo Horizonte, foi descoberto pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) em São João do Meriti, no Rio de Janeiro.

 

Os crimes foram investigados pelo 1º Departamento Regional de Polícia Civil, que teve à frente a delegada Andréa Bochmann, da 1ª Delegacia Leste de Belo Horizonte. A morte de um traficante, em abril, no Santa Tereza, funcionou como estopim para a ação do criminoso, segundo ela.


 

A partir desse crime, o homem passou a fazer ligações e ameaçar comerciantes da Rua Mármore. “Ele pegou um crime qualquer, acontecido na região, e dizia que o tinha cometido e poderia matar mais pessoas caso não fosse atendido. Na chamada telefônica, dizia que tinha mandado matar o homem e que se o comerciante não fizesse um depósito, de no mínimo R$ 1 mil, iria metralhar o comércio e até mesmo matar o comerciante”, conta a delegada Bochmann.


Segundo ela, comerciantes, temerosos, passaram a fazer depósitos de R$ 1 mil, R$ 5 mil e até R$ 10 mil. Cinco deles procuraram a delegacia, e a polícia passou a orientar as vítimas para que desligassem o telefone, quando recebessem as chamadas, pois o indicativo era de que se tratava de um golpe.


E foi a partir das contas em nome de F. C. (nove, em diversos bancos) que os policiais puderam iniciar as investigações, chegando à identificação do autor das chamadas. “O golpista abriu contas, todas em seu nome, o que facilitou a investigação”, conta a delegada.

 

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O homem ainda não está preso, pois o inquérito não foi concluído, mas se entregou ao descobrir que era alvo de investigação. Ele mora em uma região dominada pelo crime. “Por isso, não temia ser preso, pois, na região onde vive, a polícia carioca não entra”, afirma a delegada.


Ao se entregar, F. C. contou que duas outras pessoas agiam com ele, um sobrinho, de 37 anos, e um homem que está preso em uma penitenciária carioca.


Mais crimes


A delegada Bochmann conta que F. C. está envolvido em outros crimes e que chegou a ser preso em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, mas acabou liberado pela Justiça.


“O mesmo golpe já foi aplicado por ele no Rio de Janeiro, no Pará, em Sergipe e na Bahia. Aqui, em Minas Gerais, aplicou o mesmo golpe em Contagem, São José da Lapa e outros bairros da Zona Centro-Sul da capital”, diz a delegada.


A Polícia Civil de Minas Gerais, que nesse caso teve a colaboração da carioca, investiga outros crimes de F. C.

 

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Já se sabe que o criminoso se passava por estagiário da Defensoria Pública do Rio de Janeiro. “Tinha até crachá, já apreendido. Ele se passava por funcionário e prometia ajudar pessoas na abertura de inventários”, conta Bochmann. "Esperamos que novas vítimas compareçam à delegacia para prestar queixa e contar o que aconteceu com elas. Até o momento, consideramos que o número de vítimas ultrapasse 30 pessoas."