Manhã de sábado para cuidar da saúde, conhecer mais sobre prevenção de doenças e valorizar cada vez mais a ciência. Nos encerramentos das comemorações dos 90 anos da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), centenas de pessoas participaram, hoje (6/7), da Feira da Saúde no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no Centro de Belo Horizonte.
Até as 13h, homens e mulheres de todas as idades, de forma gratuita, receberam a atenção e o conhecimentos de professores e estudantes da UFMG para esclarecimentos sobre diversos assuntos ligados à saúde, entre eles prevenção e controle da hipertensão arterial, diabetes, obesidade, interação medicamentosa, uso de álcool e redução de danos, saúde bucal e prevenção e identificação da doença de Chagas.
Na dinâmica da feira, foram realizadas rodas de conversa sobre gestação, importância da vacinação e promoção do envelhecimento saudável, bem como informações sobre alimentação adequada e saudável, leitura como instrumento de saúde, cuidados em dor crônica, e orientações a respeito do uso da Rede de Atenção à Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) e informações sobre as células, DNA, RNA e proteína.
Para atendimento ao público, estão presentes 100 pessoas entre professores e alunos dos cursos de enfermagem, nutrição, gestão de serviços de saúde, medicina, biomédica e odontologia. "A Escola de Enfermagem completa 91 anos amanhã (7/7), e, neste evento, buscamos maior aproximação com a população, oferecendo diversos serviços. Quando necessário, fazemos o encaminhamento para as unidades de saúde. Cuidado com a saúde é fundamental", disse a diretora da escola, Sônia Maria Soares.
Extensão
Na Tenda da Saúde, montada no parque, a professora de enfermagem Solange Godoy, acompanhou o atendimento feito pelos alunos, a exemplo de Camilly Moreira, de 18 anos, do primeiro período. "Trata-se de uma experiência muito importante, realmente incrível para quem, como eu, está começando. Aprender na prática e ajudar as pessoas é muito bom", observou Camilly.
Por volta das 10h30, Camilly atendeu o aposentado Cláudio Ventura, de 64, e aferiu a glicemia desse morador da Região do Barreiro. "Não faço exames há muito tempo. Está tudo beleza, mas preciso me cuidar mais", contou o aposentado.
Conforme a vice-diretora da Escola de Enfermagem da UFMG, professora Simone Cardoso Lisboa Pereira a Feira da Saúde marca, de forma significativa, uma atividade de extensão (atendimento à comunidade) articulada com o ensino e a pesquisa de forma indissociável, princípio constitucional da universidade pública.
“Com orientação e supervisão dos professores, os alunos têm práticas e vivências integradas das diferentes áreas da saúde, atividades que proporcionam a construção de conhecimentos, o desenvolvimento de habilidades e atitudes e a capacidade para aplicá-los e mobilizá-los em situações reais de atuação do profissional”, afirma a professora, certa de que se trata de “participação de grande relevância na formação para atender às demandas da sociedade e fortalecer o SUS.”
CURA
A defensora pública aposentada Maria da Consolação de Souza e Paula, de 77, indicou o caminho para a saúde e a "cura" das doenças: "disciplina, cuidado, responsabilidade com a saúde". Ela aferiu a pressão com a estudante de enfermagem do sexto período, Ana Beatriz Nunes Antero, e depois foi conferir a glicemia. Ao lado, Luiz Felipe Campolina, de 22, do terceiro período, destacou a relevância da feira para o crescimento pessoal e profissional. "Aprendemos muito nesse contato com as pessoas".
Também na Tenda da Saúde, estudantes de odontologia cuidaram da saúde bucal de quem esteve na feira. "Recebemos todos os tipos de pessoas, incluindo população em situação de rua, o que amplia nossa experiência. Não se trata de uma avaliação como seria num consultório, mas podemos falar sobre os dentes e os tecidos da boca", disse Vincent Rosa da Silva, de 26 anos, do oitavo período.