O Corpo de Bombeiros combate incêndio florestal às margens do Rio Guavinipã, na Fazenda das Pedras, em Bocaiuva, no Norte de Minas, em 2021 -  (crédito: Corpo de Bombeiros/Divulgação)

O Corpo de Bombeiros combate incêndio florestal às margens do Rio Guavinipã, na Fazenda das Pedras, em Bocaiuva, no Norte de Minas, em 2021

crédito: Corpo de Bombeiros/Divulgação

Instituições que integram a Força Tarefa Previncêndio se reuniram nesta segunda-feira (8/7) no auditório do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para apresentar as estratégias e o planejamento para enfrentamento aos incêndios florestais em unidades de conservação (UCs) de Minas Gerais durante o período de estiagem, que vai de julho a outubro.


Até o momento, em 2024, foram registradas 46 ocorrências internas - resultando em uma área atingida de 609,17 hectares - e 29 no entorno das unidades de conservação - o que representa uma área atingida de 69,41 hectares. 


Além disso, a previsão do Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge), do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), é a de que, neste período, as chuvas fiquem abaixo da média, principalmente nas regiões Norte, Noroeste e Triângulo. Segundo Heriberto dos Anjos, meteorologista do órgão, este já é um fator esperado para esta época do ano. Porém, a quantidade de dias consecutivos sem chuva pode fazer com que o número de focos de queimadas aumente no estado.


“Já adotamos uma série de medidas para prevenção, incluindo queimas prescritas, trabalhos de conscientização ambiental, monitoramento e capacitação de pessoas. Boa parte dessas ações já foi adotada. Agora entramos num momento mais crítico do ano, no momento de maior atenção para o combate aos incêndios. Iremos nos reunir mensalmente, ordinariamente e também extraordinariamente caso alguma situação exija", explicou o gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Rodrigo Bueno Belo.

 

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Segundo o IEF, agora, no período seco, quando os incêndios intensificam, são feitas as ações de combate, organização das brigadas e alinhamentos entre as instituições envolvidas. “A principal ação é a contratação de brigadistas, um reforço de mão de obra”, afirma Belo. Ele destaca que há brigadistas voluntários que também trabalham no combate ao fogo. 

 


O trabalho é coordenado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e envolve: 


  • o Instituto Estadual de Florestas (IEF); 

  • a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec); 

  • o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), 

  • a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG); 

  • a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG); 

  • a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa); 

  • o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e

  • o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)


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Minas Contra o Fogo


A secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, destacou o trabalho de capacitação junto aos municípios. Em 2024, a iniciativa é desenvolvida em parceria com 24 municípios de Minas e prevê a capacitação de brigadistas, auxílio na elaboração e execução de planos de contingência para prevenção e combate em áreas públicas e privadas, além de orientação às prefeituras para decretação de estado de emergência, em caso de necessidade.

 

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"Estamos trabalhando junto às prefeituras para estruturar os municípios para que tenham condição de nos apoiar em um primeiro esforço. Nosso principal indicador de desempenho é o tempo de resposta. Quanto mais rápido um incêndio florestal é atendido, menores vão ser as consequências", destacou Marília.


O programa Minas Contra o Fogo integra os municípios que mais tiveram focos de incêndios em suas unidades de conservação estaduais, entre 2013 e 2021.


Os municípios aptos a integrar o programa recebem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), doados pelo IEF, como: vestimentas, capacetes, luvas, óculos e coturnos, além de instrumentos de combate ao fogo, como abafadores e bombas costais. Além de equipar, o programa vai capacitar 147 brigadas florestais municipais ao longo dos próximos anos, com 33 municípios aderindo à primeira edição, em 2023. Até o momento, na segunda edição, em  2024, foram 24 municípios.