“Fiquei em choque na hora que ele tentou me agredir. Ele chegou a cuspir em mim”. Este é o relato da funcionária do cinema do shopping Diamond Mall, no Bairro Santo Agostinho, Região Centro-Sul de BH. Ela sofreu uma tentativa de agressão por parte de um cliente, na noite de segunda-feira (8/7). O motivo seria a recusa em levar pipoca até a sala de cinema em que o cliente estava.
O suspeito de tentar agredi-la é Bruno Resende Rabello, procurador do estado de Minas Gerais. Ele é servidor da Advocacia-Geral do Estado (AGE-MG) e lotado na Procuradoria de Direitos Difusos, Obrigações e Patrimônio (PDOP).
Nesta quarta-feira (10/07), a vítima esteve na delegacia acompanhada da advogada para pedir uma investigação contra o procurador do estado. “A Polícia Civil já abriu investigação em relação às vias de fato, o soco que ele tentou dar, os xingamentos que não conseguimos identificar. Em relação a queixa-crime por injúria e difamação já estou tomando as providências também”, afirma a advogada da funcionária, Lorena Cassimiro.
Lorena explica que a injúria pode ser caracterizada pelo ato de cuspir na vítima. “Isso se agrava quando é um homem contra uma mulher, principalmente, pela nossa situação de vulnerabilidade, da mulher ter menos força que o homem”.
A funcionária ainda está abalada com o ocorrido. Ela trabalha há oito anos nessa função e descreve o que sentiu. “Totalmente constrangedor. Ainda mais nesse caso, eu estava sozinha, ele veio daquele jeito, já estava exaltado. Está sendo bem difícil”, desabafa.
Apesar da rede de cinema ter dito, em nota, que estava colaborando com as investigações, a advogada diz que não é bem assim. Ela conta que solicitou as imagens da câmara de segurança, mas o gerente teria se negado a fornecer. “Preciso delas mais claras. O gerente falou que eu deveria mandar um e-mail e pedir, para ele ver se vai poder. Agora, sabendo de fato o que está acontecendo, eles não estão colaborando. Meu medo é das imagens se perderem”, afirma a advogada. Lorena afirma que vai demandar judicialmente que o shopping ceda as imagens.
A funcionária, por sua vez, quer justiça para o seu caso. “O que ele fez tem que ser punido.”
Na noite dessa terça-feira (9/7), a Cinemark disse, em nota, que lamenta o ocorrido e informa que está prestando todo o apoio à colaboradora. "A rede também está colaborando com as investigações, cedendo as imagens de segurança e à disposição das autoridades."
Em relação às falas da advogada da funcionária, a Cinemark disse, em nota, que, em respeito às normas de proteção e tratamento de imagens e dados, a disponibilização das imagens para a Polícia Civil será prontamente feita, mediante solicitação expressa das autoridades policiais ou por ordem judicial. "A empresa está preparada para, tão logo receber o pedido, liberar as imagens imediatamente. Reiteramos o compromisso em seguir colaborando com as investigações e estamos à disposição das autoridades policiais e da colaboradora para auxiliar no que for necessário."
A administração do shopping informa que o fato ocorreu dentro das dependências do Cinemark e que, assim que foi acionada, acompanhou o caso e prestou o apoio necessário. "O shopping lamenta profundamente o ocorrido e repudia qualquer caso de violência", disse em nota.
Entenda o caso
De acordo com o boletim de ocorrência, a funcionária, de 25 anos, contou aos policiais que o homem chegou ao caixa esmurrando a bancada e gritando que “queria sua pipoca”. Ela disse que entregou o alimento ao cliente, mas ele gritou mais ainda. Além disso, ordenou que ela entregasse o refil da pipoca na sala de cinema em que ele estava naquele momento. A funcionária explicou a ele que não poderia obedecê-lo porque não era este o procedimento do estabelecimento.
Depois disso, ainda segundo a funcionária, o homem teria começado a filmá-la e dito que ela era “obrigada a fazer o que ele mandava”. Ela respondeu que não autorizava que ele a filmasse. Porém, o cliente teria dito que ela era incompetente, cuspido na cara dela e ainda tentado agredi-la por três vezes.
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O gerente do cinema acionou a polícia e o homem fugiu do local. Porém, a ação foi filmada pelas câmeras de segurança do estabelecimento. As imagens foram repassadas aos policiais. Segundo a PM, o homem foi identificado já que o CPF dele estava registrado na nota da compra.
Em nota, a Cinemark lamentou o ocorrido e informou que está prestando todo o apoio à colaboradora. "A rede também está colaborando com as investigações, cedendo as imagens de segurança e à disposição das autoridades."
A administração do shopping informou que o fato ocorreu dentro das dependências do Cinemark e que, assim que foi acionada, acompanhou o caso e prestou o apoio necessário. "O shopping lamenta profundamente o ocorrido e repudia qualquer caso de violência", disse em nota.
(Com informações da TV Alterosa)