A causa do incêndio ainda não foi esclarecida -  (crédito: Jair Amaral / EM. / DA.Press)

A causa do incêndio ainda não foi esclarecida

crédito: Jair Amaral / EM. / DA.Press

Moradores próximos ao Parque Ursulina de Mello, atingido nessa quinta-feira (11) por um grande incêndio, relatam as dificuldades vividas nas últimas horas.

 

“Foi horrível quando abrimos a janela e vimos esse fogo queimando sem parar. Todo mundo do bairro fechou a janela, ninguém aguentava tanta fumaça e fuligem”, conta Sônia Rodrigues, moradora há seis anos da região.

 

 

A advogada explica que, apesar de já ter visto outras queimadas no parque, ainda não se acostumou com a situação. “Foi criminoso. Do nada, assim. Abri a janela agora de manhã para o ar circular, porque senão fica com a fumaça sufocando lá dentro. Fede e suja tudo”, desabafa.

 

O comerciante Ronaldo Romagnoli já presenciou a situação três vezes. "Sempre está acontecendo, acho que é criminoso. Meu apartamento é logo de frente, é muita fumaça. Espero que eles contornem tudo aí hoje para nós", afirma.

 

Outra moradora, que não quis se identificar, reclamou do alto valor do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) cobrado na rua. “Pago quase R$ 6 mil. Pedi para baixar e disseram que temos um privilégio de morar em frente à mata, com a ecologia e os bichinhos, que sumiram tudo”, explica.

 

Porém, de acordo com ela não existe retorno dessa cobrança. “Não tem nada cuidado, não tem ronda, não tem vigia. Roubaram a cerca e não puseram até hoje. O parque está largado”, enfatiza.

 

 

A idosa mora em frente ao parque há 30 anos e conta como está lidando com a situação. “Ontem tive que colocar bacia e pano dentro do meu apartamento para poder respirar. Tenho 72 anos, e meu marido 84 anos, e cadeirante”, destaca.

 

O filho do casal de idosos até propôs levar os pais para outro lugar até que a fumaça amenize. “É triste, temos dificuldade de respirar nessa época e ainda com essa fumaça. Meu apartamento está tomado. Não está fácil”, termina.

 

Bombeiros em trabalho

 

O Corpo de Bombeiros trabalha para evitar que o incêndio no Parque Ursulina de Mello tenha novos focos. Dezessete militares em cinco viaturas se empenharam no rescaldo na manhã desta sexta-feira. O trabalho da corporação já dura cerca de 15 horas.

 

“Temos uma estimativa inicial de 6 hectares queimados, mas isso pode passar por uma revisão, ainda estamos no trabalho de monitoramento, alçando alguns voos com drones para se ter um número exato”, explicou o porta-voz dos bombeiros, Tenente Henrique Barcellos.

 

Também de acordo com o militar, a causa do incêndio ainda não foi esclarecida e, neste momento, a corporação concentra os esforços em vasculhar a região em busca de possíveis novos focos. “A mata densa do parque tem dificultado o trabalho dos bombeiros”, explica o tenente.