O pintor e professor Alberto da Veiga Guignard, ministrando suas aulas de pintura no Parque Municipal.
       -  (crédito: Eugenio Silva/O Cruzeiro/Arquivo EM)

O pintor e professor Alberto da Veiga Guignard, ministrando suas aulas de pintura no Parque Municipal.

crédito: Eugenio Silva/O Cruzeiro/Arquivo EM

Uma parede que exibia obras do pintor Alberto da Veiga Guignard e de Franz Weissmann desapareceu de um imóvel na Avenida do Contorno, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O sumiço foi constatado após uma denúncia anônima de intervenções irregulares na casa, que está em processo de tombamento, e confirmado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) neste sábado (13/7).

 

A obra "Visões de Minas", criada por Alberto da Veiga Guignard na década de 1950, tinha quase cinco metros de largura e decorava a varanda da casa. Na mesma parede, do lado oposto, havia uma obra do escultor e pintor Franz Weissmann, que também desapareceu com a remoção completa da parede. O imóvel pertence ao conjunto arquitetônico projetado por Sylvio de Vasconcellos.

 

Com dois processos de tombamento abertos em 2007 e 2013, a casa já deveria seguir as normas para bens tombados, incluindo a necessidade de autorizações específicas para qualquer obra. Após a denúncia anônima, a prefeitura constatou as intervenções irregulares e a retirada da parede com as obras. O executivo municipal não detalhou o valor das obras.

 

 

Durante a fiscalização, realizada em maio deste ano, o engenheiro presente no local informou que as peças já não estavam mais em Minas Gerais. “O responsável pelo imóvel foi notificado e a obra foi embargada em decorrência da constatação de execução de reforma sem licenciamento em imóvel em processo de tombamento”, afirmou a PBH por meio de nota.


Até o momento, as obras não foram localizadas. Em 4 de junho, o Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte (CDPCM-BH) enviou uma notificação aos proprietários, exigindo a regularização das intervenções não autorizadas e a recomposição das obras removidas.


Sem resposta, o mistério sobre o paradeiro das obras está agora nas mãos do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), após a prefeitura acionar o órgão.