Minas Gerais é o terceiro estado brasileiro que mais registrou furtos e roubos de veículos em 2023. No último ano foram 27.697 ocorrências. O estado ficou atrás apenas de São Paulo, com 131.729 casos, e Rio de Janeiro, com 38.825 crimes. Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado nesta quinta-feira (18/7) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Apesar dos altos índices, os números apresentados pela entidade apontam queda nos resultados apresentados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) em relação aos roubos. De acordo com o documento, a redução foi de 20,19% na comparação entre 2023 e 2022.
No último ano foram registrados 4.371 roubos de veículos, contra 5.477 em 2022. O crime consiste na apropriação indébita de um bem mediante emprego de violência ou ameaça, popularmente conhecido como assalto. A pena para este crime varia de 4 a 10 anos de prisão.
Quando analisados apenas os dados de furtos de veículos, quando o bem é subtraído sem qualquer tipo de agressão, a queda é menor e os números vão na contramão do crime mais violento. Segundo o Fórum de Segurança Pública, em 2023 foram 23.326 ocorrências, contra 22.778 registros . Nesse caso, a pena é menor, de 1 a 4 anos de reclusão.
A análise dos dados sobre crimes patrimoniais publicada nesta edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública confirma e reforça a reconfiguração do modus operandi dos delitos, iniciada a partir do isolamento social imposto pela pandemia da COVID-19, em 2020.
Conforme os pesquisadores da instituição, essa mudança é marcada pelo movimento de substituição dos roubos por modalidades como estelionatos, golpes virtuais e furtos.
De acordo com o estudo, os estelionatos - gerais e virtuais - e os furtos de celulares cresceram enquanto as demais modalidades de roubo, como de veículos, registraram queda. “Entre 2022 e 2023, os estelionatos por meio virtual subiram 13,6%; o total de estelionatos cresceu 8,2%; e, ainda, os furtos de celulares oscilaram 0,7% para cima. Na ponta oposta, chama atenção a forte queda no registro de roubos a bancos e demais instituições financeiras, de quase 30% no mesmo período, seguidos dos roubos a estabelecimentos comerciais (-18,8%)”, aponta o levantamento.