No início deste mês, as famílias fizeram uma manifestação em frente a Metrô BH -  (crédito: Reprodução sindimetromg)

No início deste mês, as famílias fizeram uma manifestação em frente a Metrô BH

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Famílias que precisarão sair de suas casas devido às obras no metrô da capital mineira se reuniram com a empresa responsável pela administração do transporte, a Metrô BH, nessa quinta-feira (18/7). A expectativa dos moradores era a de que fossem apresentados detalhes sobre a futura desocupação, como data e meios a serem utilizados, mas eles não obtiveram respostas.

 


“Não teve satisfação nenhuma. Mais uma vez saímos frustrados”, diz Poliane Cristina Furtado, representante das famílias. Ela conta que aconteceu uma roda de conversa, o que não foi suficiente para os moradores, que estão no escuro quanto ao que será feito.

 

 


Por sua vez, a Metrô BH disse, em nota, que “convidou para uma reunião os moradores que se prontificaram a colher dúvidas de seus vizinhos para tratarmos no encontro de hoje (quinta-feira). O objetivo é que esses representantes compartilhem as informações com os demais moradores envolvidos na desocupação de sua localidade”. A empresa não comentou sobre a insatisfação das famílias.


De acordo com Poliane, uma nova reunião entre os moradores e a Metrô BH foi marcada para 19 de agosto. “Quantas rodas de conversa vão ser precisas para chegarmos à remoção?”, questiona a representante.

 

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A desocupação dos imóveis na área atingida pela construção da Linha 2 do metrô foi anunciada desde o ano passado. De acordo com informações divulgadas em evento da Metrô BH, cerca de 300 imóveis serão desocupados. A maior parte deles está nos bairros Gameleira, Nova Gameleira, Nova Cintra, Betânia e Vista Alegre, na Região Oeste de BH, e no Barreiro.


Manifestação


No início deste mês, as famílias fizeram uma manifestação em frente à sede do Metrô BH, localizada no Bairro Colégio Batista, na Região Nordeste da capital mineira, reivindicando que a proposta de remoção fosse esclarecida. 


Na época, a presidente do Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais, Alda Fernandes, afirmou que há uma falta de diálogo entre a empresa concessionária e a população. “Não houve uma audiência pública com a população para entender as demandas dos moradores da Região do Barreiro, de quem vai utilizar esse transporte. Não deram detalhes sobre a desapropriação dos imóveis, por exemplo”, pontuou Alda.


Por sua vez, na época, a Metrô BH afirmou que "as negociações com os proprietários de benfeitorias construídas irregularmente na faixa de domínio terão início de acordo com o andamento da implantação das obras da linha 2 do metrô da Região Metropolitana de Belo Horizonte".


Em nota enviada ao Estado de Minas no dia 1º de julho, a empresa também afirmou que o mapeamento da área, a selagem das casas que serão desocupadas e o perfil socioeconômico das famílias já foram traçados. 

 

*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata