Segundo juíza, o aumento nos casos se deve a um maior incentivo para que as vítimas denunciem os estupros -  (crédito: Reprodução/Pixabay)

O homem foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais pelos crimes de estupro de vulnerável e de estupro qualificado, cometidos entre 2018 e 2024

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Um homem de 75 anos foi condenado a 50 anos de prisão por estupro da própria neta, entre os seus 7 e 15 anos de idade. Ele foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pelos crimes de estupro de vulnerável e de estupro qualificado, cometidos entre 2018 e 2024, próximos ao município de Lamim, na Região Central do estado. 


As provas, obtidas por meio de depoimento especial da vítima, além de testemunhas, apontaram que o homem, durante o período, abusou diversas vezes da vítima. O próprio denunciado confirmou os fatos durante a investigação policial.


Ameaças  


De acordo com a denúncia do MPMG, as relações ocorriam, na maioria das vezes, quando o avô chamava a neta para sair ou quando retornavam de Lamim. Ele tinha o hábito de estacionar o veículo em um local específico da estrada e, por meio de ameaças, cometia os estupros. 

 


“O denunciado ameaçava, inclusive, cometer suicídio para pressionar a vítima a manter relações sexuais e não contar para ninguém sobre os abusos”, afirma o promotor Mateus Beghini Fernandes. A menina alega que também não contou sobre os abusos para ninguém com medo da reação da família.  

 


“Quando as condutas se iniciaram, ela chegou a tentar chamar outra irmã, mas foi agredida pelo acusado com um soco”, diz trecho da denúncia. As investigações concluíram que os abusos ocorriam, em média, uma ou duas vezes por mês. Somente aos 15 anos, a jovem relatou o que acontecia à irmã, que conseguiu gravar o abuso ao seguir o carro do avô. 

 


Repulsa e crueldade 


Em sua decisão, o juiz Paulo Roberto Caixeta, da 1ª Vara Criminal de Conselheiro Lafaiete, afirmou que as provas demonstraram a capacidade do homem de cometer um crime tão cruel. 


“O réu é dotado de sordidez, ferocidade e imoralidade com ações bestiais assemelhadas ao homem grosseiro e repugnante. Todo o comprovado comportamento dele é visto como atos de repulsa e crueldade, contrariando a normalidade de avós que têm a reflexão em seus netos com a doçura, o amor, o carinho e os cuidados que os ajudam a ter um envelhecimento feliz. O avô não desejou a felicidade”. 


A decisão também lista as consequências para a neta, com a comprovação de comportamento depressivo e ansioso, se tornando uma adolescente introvertida e isolada, além de baixo rendimento escolar e necessidade de acompanhamento psicológico. 


O homem, que já estava preso preventivamente, não poderá recorrer em liberdade.