O motorista pode recorrer à decisão em liberdade -  (crédito: TJMG/Divulgação)

O motorista pode recorrer à decisão em liberdade

crédito: TJMG/Divulgação

Um motorista acusado de atropelar e matar uma ciclista e um motociclista em uma rodovia que liga Ubá à Guidoval, na Zona da Mata mineira, foi condenado a 11 anos e sete meses de prisão nesta segunda-feira (22/7) pelo Tribunal do Júri, em Belo Horizonte.

 

O crime, que vitimou os jovens Mariana Albuquerque, de 19 anos, e Isac Martins, de 23, aconteceu em dezembro de 2015 em um acidente que teria sido causado por Samuel Junio da Silva, que dirigia um carro e apresentava com sinais de embriaguez.

 

 

A sentença também determina dois anos e três meses de detenção por porte ilegal de arma de fogo e a suspensão por três anos da habilitação da carteira de motorista. Samuel pode recorrer à decisão em liberdade. 


De acordo com a Justiça, o motorista afirmou em depoimento que não viu a ciclista Mariana na pista e não prestou socorro por estar “assustado” com a situação. Na sequência, sobre o atropelamento de Isac, declarou ter visto um clarão na pista e, a partir de então, afirmou não ter mais recordações. 

 


Mariana foi arremessada pelo impacto e morreu no local sem receber socorro. Já Isac foi hospitalizado, passou quatro dias em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), chegou a ter uma das pernas amputadas e morreu em 23 de dezembro. O irmão de Isac, Wesley Martins, conta que o jovem planejava pedir a namorada em casamento no dia seguinte, durante a celebração da noite de Natal. 


Isac morava em Guidoval com os pais e foi para Ubá visitar a namorada no dia do acidente. “Ele cursava Engenharia, estava querendo pedir a namorada em casamento, até a aliança ele comprou para pedir no Natal. Eu não chamo isso de acidente, para nós é um assassinato”, relata Wesley sobre os planos do irmão. 


“Não é satisfatório, é uma pena muito pequena. Ele matou duas vidas e vai ficar onze anos preso, é como se cada vida valesse cinco anos e meio”, desabafa o irmão da vítima. 


Elineia Pereira, mãe de Mariana, enxerga a sentença como “uma luz no fim do túnel”. “Nós esperávamos uma pena maior, mas é o início, estamos lutando há nove anos para que a justiça seja feita. Entendo que demos um passo muito grande”, aponta.  


Os familiares da vítima informaram que irão recorrer na Justiça e pedir uma pena maior. O Estado de Minas procurou a defesa de Samuel Junio da Silva e aguarda retorno. 

 

*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice