Uma operação integrada entre a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) prendeu, entre 8 e 22 de julho, 72 pessoas por crimes violentos no estado. Foram cumpridos 38 mandados de prisões preventivas e 34 de definitivas. Somente 34 criminosos detidos de forma definitiva somam 477 anos de pena.
Em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (24/7), a porta-voz da PMMG, Layla Brunnela, informou que os alvos estavam espalhados por Minas Gerais e outros três estados. Mais de mil policiais foram empenhados na operação.
“Esse resultado, para nós, é extremamente significativo. Volto a destacar o quanto nós temos feito isso bem em Minas Gerais, que é esse trabalho integrado. Esse trabalho conjunto tem resultado, dá uma estabilidade e, em uma boa parte dos anos, representa uma queda desses crimes no estado”, diz a major.
A PMMG ressalta que os criminosos presos são de alta periculosidade para a sociedade, uma vez que têm condenações graves por crimes de grande relevância, como homicídios, roubo, receptação, tráfico de drogas e porte ilegal de armas. Ao todo, são 191 inquéritos e 621 boletins de ocorrência (BOs). Somente um dos criminosos presos em BH tem 37 anos de condenação.
De acordo com Layla Brunnela, a ação é de prevenção criminal em Minas Gerais, uma vez que são retiradas da sociedade pessoas que cometem delitos graves com grande frequência. As principais cidades onde os crimes foram cometidos são Governador Valadares, no Vale do Rio Doce; Barbacena, na Região Central; Belo Horizonte e Contagem, na região metropolitana.
A major ressalta que o objetivo da ação também é "proporcionar paz e justiça aos familiares das pessoas que foram vítimas desses criminosos".
Em relação aos índices de criminalidade no estado, que aumentaram 3,7% entre 2022 e 2023, segundo apontou o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na última quinta-feira (18/7), Layla afirma que não é possível analisar aumento e diminuição criminal de um mês para o outro ou apenas de um ano para o outro. "Nós temos uma redução criminal em Minas desde 2015. Agora, a gente entende que há uma estabilidade."
Crimes em Minas
Minas Gerais registrou um aumento de 3,7% em mortes violentas intencionais em 2023 comparado ao ano anterior, segundo o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O número vai na contramão da média do Brasil, que mostra queda de 3,4% no mesmo período.
Belo Horizonte seguiu a tendência brasileira e registrou 336 casos de mortes violentas intencionais em 2023, uma redução de 5,6% comparado às 356 de 2022.
Segundo o levantamento, Minas registrou 3.044 mortes violentas intencionais (MVI) no ano passado contra 2.936 de 2022. O índice representa as mortes por homicídio doloso, aquele que o criminoso tem intenção de matar, entre elas as vítimas de feminicídios; vítimas de latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte; de lesão corporal seguida de morte; e mortes decorrentes de intervenções policiais.
Embora Minas Gerais tenha sofrido aumento nesse grupo de crimes, o estado segue com a quarta melhor taxa do Brasil, com 14,8 mortes violentas intencionais a cada 100 mil habitantes. De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp), Minas fica atrás apenas de São Paulo (7,8), Santa Catarina (8,9) e Distrito Federal (11,1).
“Minas Gerais fechou 2023 com uma redução de 13% nos crimes violentos, o que significa mais de 4.700 registros a menos, no último ano, de crimes como roubo, estupro, lesão corporal, sequestro e cárcere privado, entre outros, na comparação com 2022. O dado segue tendência acumulada desde 2019, com redução em mais da metade (-54,5%) das estatísticas de criminalidade violenta”, informou a Sejusp, em nota.
*Estagiária sob a supervisão do subeditor Humberto Santos