Médica é presa após sequestrar bebê em Uberlândia -  (crédito: INTERNET)

Médica é presa após sequestrar bebê em Uberlândia

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A médica suspeita de sequestrar uma recém-nascida, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, estaria em crise psicótica devido a transtorno afetivo bipolar. O sequestro aconteceu por volta de 0h30 dessa quarta-feira (24/7), no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). Cláudia Soares Alves foi presa em flagrante em Itumbiara, no interior de Goiás, e vai permanecer detida ao longo do processo.


A alegação de que o crime teria sido cometido devido a condições psiquiatras da suspeita já havia sido informada pela Polícia Civil de Goiás. Segundo a corporação, em depoimento formal a médica preferiu ficar em silêncio. No entanto, horas antes, ela teria dito, informalmente, aos policiais que teve um surto em função de uma medicação que tomou e, por isso, decidiu sequestrar a bebê. 


Nesta quinta (25/7), o advogado da médica, Vladimir Rezende, afirmou que a defesa vai provar em juízo que Cláudia é portadora de transtorno afetivo bipolar e que no momento do crime estava em crise psicótica, “não tendo capacidade de discernir a natureza inadequada e/ou ilícita de suas atitudes”. 


 

Nessa quarta, delegados da PCGO informaram que acreditam que o sequestro foi premeditado. Isso porque no carro da médica e no local onde a criança foi encontrada havia itens de bebê na cor rosa. As investigações continuam para concluir a motivação e se houve falhas na segurança do HC-UFU. 


Entenda o caso


O crime aconteceu por volta de 0h30 de quarta-feira quando uma mulher fingiu ser médica pediatra e conseguiu levar uma recém-nascida do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC UFU).


Ainda de acordo com informações da polícia, a suspeita abordou os pais da criança e se identificou como médica. Os pais acreditaram uma vez que a mulher estava trajada com jaleco, touca, máscara de proteção e com um crachá. A falsa médica-pediatra conseguiu ainda enganar a segurança do local. Imagens indicam que a mulher teria saído do local com a criança em uma mochila.


 

A sequestradora convenceu a mãe de que levaria o bebê para se alimentar e alegou que a criança teve dificuldades na alimentação. Os pais confiaram na falsa médica-pediatra e permitiram que a bebê fosse levada. O pai então notou a demora e foi procurar a menina. Foi nesse momento que ele descobriu que a recém-nascida não se encontrava mais no hospital.


A bebê que havia sido raptada tem problemas cardíacos e precisava de cuidados médicos especiais, o que intensificou a urgência para identificar sua localização.

 

Cláudia foi autuada na delegacia de Itumbiara por sequestro qualificado, uma vez que a vítima é menor de 18 anos. Caso seja condenada, ela poderá cumprir até oito anos de detenção. A médica foi levada para a Unidade Prisional Feminina de Orizona, também em Goiás. Até o momento, não há informações se ela será transferida para alguma unidade prisional em Minas Gerais, já que o crime começou em Uberlândia. 

 

O delegado Anderson Pelagio, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Itumbiara, que investiga o caso, disse que a criança foi localizada no imóvel da suspeita, aos cuidados de uma empregada doméstica. A suspeita não estava no local quando os policiais chegaram.

 

O delegado da Polícia Civil de Minas Gerais, Marcos Tadeu, afirmou em coletiva, nessa quarta, que o objetivo principal, que era localizar a bebê, foi alcançado. Ressaltou ainda que a investigação continua para determinar a motivação do crime, se existem mais pessoas envolvidas nele e se houve falha de segurança no HC-UFU.

 

Neurologista e professora 


A suspeita do crime seria Claudia Soares Alves. Ela tem especialização em neurologia e é professora de duas universidades. A médica tem registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) em Minas e Goiás e, recentemente, foi aprovada em concurso da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Além disso, no próprio portfólio, Claudia informa que é professora efetiva da Universidade Estadual de Goiás (UEG) desde 2019.


Além da formação como médica pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro em novembro de 2004, a mulher completou residência em clínica médica na UFU e em neurologia na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), em Uberaba. A médica também é dona de uma clínica em Itumbiara. 


A gerente de Atenção à Saúde do Hospital de Clínicas (HC-UFU), Lilian Passos, informou que já está em andamento um processo de apuração de responsabilidades. “De acordo com o andamento desse processo todas as tratativas cabíveis serão tomadas. Ressalto também nosso compromisso com o aprimoramento dos processos de trabalho e especialmente com os controles de acesso no nosso hospital, porque assim a gente vai garantir que outro caso como esse não volte a acontecer na nossa instituição”, explicou. 


A universidade não respondeu, porém, aos questionamentos do Estado de Minas sobre o vínculo da suspeita com a instituição de ensino.