As investigações dos outros casos seguem em andamento -  (crédito: Pixabay)

As investigações dos outros casos seguem em andamento

crédito: Pixabay

A Polícia Civil concluiu a investigação da causa e circunstâncias da morte de um detento, de 40 anos, que cumpria pena no Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, RMBH. O laudo é o primeiro divulgado das mortes de detentos classificadas como suspeitas por overdose de drogas K. Ao menos 14 outras mortes estão sendo investigadas.

 

Leia também: Governo investiga 14ª morte de detento em penitenciárias da Grande BH


De acordo com a PCMG, o homem, que deu entrada no dia 31 de janeiro no Instituto Médico-Legal, morreu por infarto agudo do miocárdio. Apesar de a causa ter sido identificada e a motivação da investigação ter sido a suspeita de overdose, a polícia não esclareceu ao Estado de Minas se o infarto foi causado ou não pelo uso de entorpecentes.

 


Ainda sobre a morte do detento, a PCMG concluiu que não houve indícios de crime. As investigações dos outros casos seguem em andamento. 


Mortes de detentos


Entre dezembro de 2023 e março de 2024, seis pessoas morreram no Presídio Antônio Dutra Ladeira. No dia 19 de abril, outro detento sob custódia do presídio morreu no Hospital São Judas Tadeu, em Ribeirão das Neves. Situação semelhante também aconteceu no Presídio Inspetor Martinho Drummond, no mesmo município, onde em 10 dias sete mortes foram registradas. De acordo com o governo de Minas, em nenhuma das ocorrências os presos apresentavam lesões aparentes. 

 

Leia também: Fergus, o cão policial que se destaca no combate a drogas em presídios


O Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen) e a Polícia Civil apuram a suspeita de que todos os privados de liberdade faziam uso de K4 e K9. As mortes acendem um alerta sobre o aumento do uso recreativo das substâncias já conhecidas por ter alto poder destrutivo e a sua entrada no sistema penitenciário do estado.


A droga K


As drogas K, também conhecidas como K2, K4, K9 ou “spice”, são canabinóides sintéticos. Pablo Marinho, professor de toxicologia no Centro Universitário UNA, na capital mineira, explica que os termos K2, K4, K9 se referem ao grupo das moléculas sintéticas e, atualmente, são registradas mais de 130 moléculas diferentes que compõem a classe dos canabinóides sintéticos.


“Como há uma ampla variedade de moléculas, a intensidade dos efeitos também vai diferir. Então, muitas vezes esses efeitos são imprevisíveis, eles podem variar de leves a fatais”, adiciona. 


Entre os efeitos das drogas K apontados pelo professor estão agitação, ansiedade, alucinações, convulsões, comportamento autodestrutivo, vômitos, paranoias, problemas respiratórios e cardiovasculares e, em casos extremos, a morte.


*Estagiária sob supervisão da subeditora Fernanda Borges