A mineira Paula Xavier Ramalho, de 18 anos, ganhou medalha de bronze na Olimpíada de Matemática Copernicus
 -  (crédito: Reprodução/Arquivo pessoal)

A mineira Paula Xavier Ramalho, de 18 anos, ganhou medalha de bronze na Olimpíada de Matemática Copernicus

crédito: Reprodução/Arquivo pessoal

A mineira Paula Xavier Ramalho, de 18 anos, ganhou medalha de bronze na Olimpíada de Matemática Copernicus, sediada em Nova York, nos Estados Unidos. Em março deste ano, a adolescente de Belo Horizonte criou uma vaquinha on-line para arcar com as despesas da competição, realizada no dia 16 deste mês. Agora, a jovem se prepara para o vestibular.


“Eu estava até olhando para o meu celular (no momento da premiação), porque eu não achava que eu seria chamada, mas olhei para cima e meu nome estava no telão. Dei um minigrito e falei ‘sou eu, sou eu’ e subi. Eu fiquei muito feliz, eu fiquei emocionada também. Assim que desci do palco, cheguei a chorar um pouco”, conta Paula ao relembrar a premiação.


Estudante do terceiro ano do ensino médio, Paula ainda era menor de idade quando decidiu participar do campeonato. Ela se inscreveu na categoria de alunos do segundo e terceiro ano do ensino médio. Já com 18 anos, ela concorreu com outros 49 jovens de todo o mundo e levou a medalha de bronze no dia 18 de julho, quando foi realizada a cerimônia.


 

Ela lembra que não achava que ganharia, já que o nível de competição era bem acirrado, com participantes de 30 países. A mineira conta que, mesmo se preparando e gostando muito da área, ela se sentiu insegura ao fazer a prova de 25 questões fora do Brasil, mas deu o seu melhor mesmo diante do nervosismo.


Eu fiquei muito feliz, eu fiquei emocionada também. Assim que eu desci do palco, eu chorei um pouco", conta Paula ao relembrar a premiação

Eu fiquei muito feliz, eu fiquei emocionada também. Assim que eu desci do palco, eu chorei um pouco", conta Paula ao relembrar a premiação

Reprodução/Aquivo pessoal

 

Ao final da prova, que teve duração de 2 horas, ela acreditou que não teria chance de ganhar. Tanto que decidiu não se arrumar para o dia da premiação e até estava desatenta no momento em que foi chamada. No entanto, ela conta que uma de suas melhores amigas, Vitória, sabia desde o início da jornada que ela conseguiria uma boa colocação na Olimpíada.


A jovem pediu R$ 25 mil para arcar com os custos da viagem, além de visto e passaporte. Ela conseguiu R$ 23.710,00 com a vaquinha e contou com a ajuda de outras pessoas, como influenciadores, para chegar ao valor total. Paula tinha receio de não conseguir o valor total e a mãe precisar de um empréstimo, mas não foi necessário.

 


Histórico e próximos passos


Agora, a jovem, que deseja cursar jornalismo, se prepara para finalizar o ensino médio e tentar ingressar em uma universidade no próximo ano. Paula já foi aprovada no curso da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mas também tem aptidões para as ciências exatas.


Ela conta que gosta de matemática desde pequena e que seus professores sempre a ajudaram e incentivaram a participar das competições. Com o encorajamento dos professores, a jovem criou gosto pela disciplina e, por isso, participou da competição.


“Eu prefiro redação, português, linguagens em geral, mas é uma escolha mesmo. Não é como se eu não conseguisse ir bem nas outras matérias, mas eu gosto muito dos dois. Matemática não é algo que eu levaria como profissão, mas é algo que eu gostaria de continuar praticando mesmo, sem ser parte do meu trabalho. Eu acho muito satisfatório”, conta em entrevista ao Estado de Minas.

 


Além das muitas medalhas de olimpíadas acadêmicas nacionais que acumula, ela já havia sido aprovada, no passado, no curso de verão do The New York Times, no Yale Young Global Scholars, na Latin American Leadership Academy e no curso de verão de Jornalismo de Stanford. Com o sonho de ser jornalista, ela só pôde participar do último por receber uma bolsa integral e fazer o curso on-line.


Questionada sobre como consegue dar conta de tantas habilidades mesmo com pouca idade, a mineira diz que organização é poder. “É uma tarefa difícil, pois exige habilidade, psicológico e nem todo dia é bom, mas vale a pena”, conta.