O ex-vereador Ronaldo Batista de Morais foi o primeiro réu a ser interrogado -  (crédito: Marcelo Almeida/TJMG)

O ex-vereador Ronaldo Batista de Morais foi o primeiro réu a ser interrogado

crédito: Marcelo Almeida/TJMG

 

O julgamento dos acusados de participar da morte do ex-vereador e sindicalista Hamilton Dias de Moura, em julho de 2020, entra em seu terceiro dia, no 1º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette. Nesta quarta-feira, os acusados começaram a ser ouvidos. O primeiro foi o ex-vereador de Belo Horizonte, Ronaldo Batista de Morais.


Ronaldo negou a participação no crime e disse que foi indicado como suspeito pelo assassinato de Hamilton Moura porque a família da vítima não gostava dele, em função de divergências entre os dois na política dos sindicatos.


 

Ainda segundo o ex-vereador, os dois não eram amigos próximos, mas existia um respeito entre eles. Ronaldo disse, inclusive, que chegou  a ser convidado para festa de aniversário da família da vítima.


Em relação ao relacionamento entre o acusado e a vítima no Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Belo Horizonte (STTR-BH), o suspeito em julgamento informou que, mesmo depois de eleito presidente do sindicato, ele manteve a vítima e sua família na instituição.

 

Ainda segundo o ex-vereador,  a vítima “aceitou bem” a sua saída e de sua família do órgão sindical, após votação entre associados. No entanto, Ronaldo disse desconfiar que o grupo de pessoas que votou para tirar Hamilton Moura do sindicato também desejava a saída dele do órgão sindical. 

 

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Em relação à criação de um novo sindicato por Hamilton, o réu contou que soube do assunto ao encontrá-lo em um restaurante em BH em 2012. Ronaldo afirmou ainda que que o novo sindicato de Hamilton nunca deu prejuízo ao antigo órgão presidido por ele porque atingia trabalhadores que não integravam a primeira associação.


O ex-vereador concluiu dizendo que sabia que a vítima tinha inimigos por problemas em questões sindicais que não o envolve. Disse também que o delegado que apurou o crime foi pressionado pela mídia e pela sociedade a apresentar o mandante do assassinato e, só por isso, ele foi incluído como responsável pelo assassinato. 

 

Segundo depoimento


O segundo réu a ser ouvido foi Antônio Carlos, que informou ser apenas o motorista dos diretores e funcionários do sindicato em que Ronaldo não era presidente. Ele disse ainda que não conhecia o ex-vereador e sindicalista Ronaldo Batista.

 

Havia, segundo ele, uma amizade entre seu irmão, Gerson, já falecido, com Ronaldo. Ele negou qualquer participação no crime e disse que nunca comercializou armas de fogo, portanto, não forneceu a arma usada no assassinato.

 

Ainda segundo Antônio Carlos, o único contato que ele teve com Ronaldo foi ao ser convidado por um amigo, agente penitenciário, para tomar uma cerveja na sua residência. O sindicalista morto estava presente no dia, mas o motorista alega que só depois soube que uma das pessoas que ele levou em casa nesse dia, estava envolvido no crime.

 

Por fim, Antônio Carlos negou que tenha falado com as pessoas que estavam na sua casa sobre o crime ou que teria matado o sindicalista.

 

Os próximos a serem ouvidos no julgamento serão os réus Leandro Felix, Fernando Saliba, Tiago Ribeiro, Filipe Santos e Deborah Caetano. Essa ordem não é definitiva e pode ser alterada.