O suspeito era marido da proprietária do 'hotelzinho'. Duas vítimas foram identificadas pela Polícia Civil -  (crédito: Elza Fiuza/Agência Brasil)

O suspeito era marido da proprietária do 'hotelzinho'. Duas vítimas foram identificadas pela Polícia Civil

crédito: Elza Fiuza/Agência Brasil

Um homem de 60 anos foi indiciado pela Polícia Civil suspeito de estuprar duas crianças em um ‘hotelzinho’ de Betim, espécie de creche em que as crianças passavam o dia enquanto os pais iam trabalhar. No celular do suspeito foram encontradas fotos das crianças numa angulação que privilegiava as suas regiões íntimas, o que configura crime de pornografia infantil. O caso, divulgado nesta quarta-feira (31/7), está sob investigação desde junho. O suspeito está preso temporariamente desde o início do mês.


 

As investigações começaram depois que uma das vítimas relatou para a mãe os abusos cometidos pelo suspeito, que era referido como ‘vovô’ pelas crianças do estabelecimento da Grande BH. "Essa criança informou que o 'vovô', esposo da proprietária, colocava a mão por dentro da região genital dela fazendo movimentos de fricção. Além disso, o 'vovô' dava chocolates para as crianças sentarem no colo dele", explica a delegada Carla Moreira Lima Carvalho, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Betim.

 


Diante do relato, essa mãe entrou em contato com os pais de outras crianças matriculadas no ‘hotelzinho’. Uma outra menina relatou que o suspeito a levou para um quarto e passou a língua na sua região genital.

 

 

Investigação


Recebidas as denúncias, a Polícia Civil solicitou a prisão temporária do suspeito e um mandado de busca e apreensão no estabelecimento, onde foram apreendidos um celular e um pen drive. "Por meio de técnicas especiais de investigação, nós obtivemos fotos dessas duas vítimas, de 5 e 7 anos. Enquanto elas dormiam, ele registrava fotos delas numa angulação que pegava as suas regiões íntimas", explica a delegada.


O suspeito tinha acesso às meninas pois era marido da proprietária do ‘hotelzinho’, que, inclusive, ficava no mesmo lote que a casa do casal. No total, 30 crianças, com idades entre 6 meses e 7 anos, eram atendidas pelo estabelecimento, aberto há aproximadamente 16 anos.

 


A investigação chegou a ouvir a proprietária, mas, conforme explica a delegada Carla Moreira, a mesma não foi indiciada no inquérito. "No nosso ordenamento jurídico não há a responsabilização de crime de estupro de vulnerável de forma culposa, há somente de forma dolosa. Tendo em vista que ela agiu com culpa, ela não foi indiciada por esse crime grave praticado", detalha.


O suspeito vai responder pelos crimes de estupro de vulnerável e de registro de fotografia envolvendo criança em situação de pornografia - as penas para as condutas podem chegar a 25 anos de prisão.