O fisioterapeuta Bruno Cezar Lucchesi, que se passava por médico, indiciado por falsidade ideológica, estelionato, emissão ilegal de atestado médico, exercício ilegal de medicina e expor ao perigo a vida de outras pessoas, vai pagar uma fiança de R$ 28 mil e responderá em liberdade pelos crimes que cometeu.


A decisão foi dada na manhã desta segunda-feira (1/7), pelo juiz Leonardo Antônio Bolina Filgueiras, da Central de Inquéritos de Belo Horizonte.. Ele determinou que o alvará seja expedido após a assinatura, pelo fisioterapeuta, do termo de compromisso constando o cumprimento das medidas cautelares.




 

O falso médico, que foi preso em 3 de junho, se passava por médico especialista em emagrecimento e harmonização íntima.


O fisioterapeuta teve um pedido de habeas corpus deferido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais no último dia 27 de junho. Os desembargadores revogaram a prisão preventiva dele e fixaram medidas cautelares, como monitoração eletrônica por seis meses; proibição de manter contato com as vítimas; recolhimento do passaporte; recolhimento domiciliar noturno e nos dias de folga por seis meses; e suspensão do exercício profissional no Conselho Regional de Fisioterapia, além da fiança.


Lucchesi é proprietário da CMA Fit Clínica Médica do Esporte, localizada no Barreiro. Ele, segundo foi apurado pela Polícia Civil, realizava procedimentos e receitava medicamentos proibidos e tratamentos.


As investigações foram comandadas pela delegada Gislaine Rios,  que conseguiu reunir 11 vítimas do falso médico, mas deste número somente sete quiseram registrar queixa e passar por exames no Instituto Médico Legal (IML). Os exames são necessários para a produção de provas contra o falso médico.

 

Além das vítimas que seriam pacientes, prejudicadas pelo falso médico, a delegada Gislaine aponta que oito profissionais, entre psiquiatras e psicólogos, também estão entre as vítimas do falso médico.


“Para convencer seus pacientes, Lucchesi dizia ter uma equipe. Por isso, fez parcerias com psiquiatras e psicólogos. Quando um paciente não melhorava com as aplicações, dizia a este que seu problema era psicológico. Então, os passava a um desses médicos conveniados”, explica a delegada.


As investigações apontaram, ainda, que o fisioterapeuta também usava nomes de terceiros, outros médicos, para aviar as receitas. “"Eram nomes de médicos já falecidos, ou inativos, ou mesmo que estão na ativa. Um deles era seu xará. Assim, não chamava a atenção. Uma médica, amiga deste médico clonado, chegou a chamar a atenção dele, de que outra pessoa estaria usando seu nome e CRM”, diz a delegada.

 

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